CÂMARA DO DEPUTADOS

Lira chama Padilha de "incompetente" e diz que ministro é "desafeto pessoal"

Segundo presidente da Câmara, o governo estaria, por meio do ministro das Relações Institucionais, "plantando mentiras"

Publicado em: 11/04/2024 20:52 | Atualizado em: 11/04/2024 22:24

O presidente da Casa Baixa completou avaliando como "lamentável" que membros do governo Lula estejam "plantando mentiras"  (foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)
O presidente da Casa Baixa completou avaliando como "lamentável" que membros do governo Lula estejam "plantando mentiras" (foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

O presidente da Câmara do Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, nesta quinta-feira (11), enquanto cumpria agenda em Londrina (PR), que o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, é um “desafeto pessoal” e “incompetente”. O ministro é responsável pelas articulações entre o Palácio do Planalto e o Congresso.

 

Lira foi questionado sobre a votação na Câmara que manteve a prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Frano, e se a decisão seria um indicativo de um certo enfraquecimento de sua liderança na Casa.

 

“Essa notícia foi vazada do governo e, basicamente, do ministro Padilha, que é um desafeto, além de pessoal, um incompetente. Não existe partidarização. Eu deixei bem claro ontem, a votação foi de cunho individual. Cada deputado é responsável pelo voto que deu. Não tem nada a ver (com influência)”, disse Lira.

 

Relatos de alguns parlamentares afirmam que Lira viu com olhos de reprovação o que considerou interferência do governo, especialmente o ministro, que afirmou que o governo orientaria sua bancada de apoio na Câmara pela manutenção da prisão.

 

O presidente da Casa Baixa completou, ainda, avaliando como “lamentável” que membros do governo Lula estejam “plantando mentiras”. “É lamentável que integrantes do governo, interessados na estabilidade da relação harmônica entre os Poderes, fiquem plantando essas mentiras, notícias falsas, que incomodam o parlamento. E, depois, quando o parlamento reage, acham ruim”, pontuou ele.

 

Lira ponderou que a pequena diferença de votos contrários e favoráveis à manutenção da prisão de Chiquinho Brazão é indicativo de certo incômodo do Congresso com o que chamou de “interferências” do Judiciário. O placar foi 277 para manter o deputado preso, contra 129 contrários, além de 28 abstenções.

 

“Eu penso que, pela votação, só foram 20 votos acima do mínimo. A Câmara deixou claro que está incomodada com algumas interferências do Judiciário no seu funcionamento. Sem nenhum tipo de proteção a criminosos”, observou.

 

Ainda que, para Lira, a margem da votação seja um indicativo de insatisfação, o deputado negou que algum tipo de mensagem tenha sido endereçada ao Supremo Tribunal Federal (STF) e argumentou que a Câmara não poderia fazer um julgamento antecipado de Brazão. “A votação de ontem era sobre se ele permaneceria preso ou se seria solto.”

 

Sem citar nomes, Alexandre Padilha publicou no X (antigo Twitter), um vídeo em que o presidente Lula reconhece que o ministro tem o cargo “mais espinhoso no governo”.

 

“Porque ele é o cara que lida com o Congresso Nacional, ele é a pessoa que se relaciona com os 513 deputados e às vezes (se) ainda sobra tempo ele tenta se relacionar com os senadores. E você sabe que a demanda é muito grande. Essa relação é muito boa no começo. No começo, o deputado pede uma coisa, o senador pede uma coisa, você promete, está maravilhoso. Mas depois de algum tempo, começa a cobrança e não tem a entrega para fazer, aí começa o martírio e eu digo o seguinte: o Padilha vai bater recorde, porque é o ministro que está durando muito tempo no seu cargo e vai continuar pela competência dele”, diz Lula no vídeo publicado.

 

Padilha, na postagem, disse que as declarações do “maior líder político da história do Brasil é sempre uma honra para toda a equipe do Ministério das Relações Institucionais”.

 

 

 

“Agradecemos e estendemos esse reconhecimento de competência ao conjunto dos ministros e aos líderes, vice-líderes e ao conjunto do Congresso, sem os quais não teríamos alcançado os resultados elogiados pelo presidente Lula, com a aprovação da agenda legislativa prioritária para o governo e para o Brasil”, escreveu o ministro.

 

 

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