STF

Cármen marca retomada de julgamento sobre delação premiada na PF

Sessão está marcada para próxima quinta-feira (14)

Por: AE

Publicado em: 08/06/2018 19:49

 (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, marcou para a próxima quinta-feira (14) o reinício do julgamento de proposta que discute a possibilidade de delegados de polícia firmarem acordos de colaboração premiada. A discussão gira em torno de uma ação ajuizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a possibilidade da polícia fechar delações.

Em dezembro do ano passado, o Supremo formou maioria a favor dessa alternativa, mas com imposição de limites à concessão de benefícios a delatores. Mesmo concordando com a possibilidade de ter a polícia fechando acordos, os ministros divergiram em maior ou menor grau sobre a necessidade do Ministério Público dar aval ao acerto firmado pela Polícia Federal.

À época, a presidente do STF acolheu a proposta do relator, ministro Marco Aurélio Mello, de pautar o caso quando a composição da Corte estivesse completa. Não participaram do julgamento em dezembro os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, que estavam cumprindo agenda no exterior e de licença médica, respectivamente. Além dos ausentes, faltam votar no caso os ministros Celso de Mello e a própria Cármen Lúcia.

Legitimidade 

Em agosto do ano passado, Celso de Mello disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que "não há dúvida" de que a polícia possui legitimidade para fechar os acordos.

"Delação não é prova, mas é um meio de obtenção a prova penal, a legislação estabelece que também a autoridade policial dispõe de legitimidade para celebrar com o agente colaborador o acordo de colaboração premiada, e as leis presumem-se sempre constitucionais. Em face da própria lei que cuida do instituto da colaboração premiada, não há dúvida de que a autoridade policial dispõe, sim, de legitimidade plena pra também celebrar o acordo de colaboração premiada, ouvido sempre o Ministério Público", afirmou o decano à reportagem naquela ocasião.

Para Celso, há "sempre uma vítima" nos casos de conflito entre o MP e a polícia judiciária: "o interesse público". 

"Esses conflitos não são adequados, é preciso que haja um convívio harmonioso entre essas duas importantes instituições da República", disse Celso de Mello à época. "É importante que sejam superados esses conflitos, sejam resolvidas essas situações de antagonismo em ordem a privilegiar o interesse público, os direitos do cidadão", completou.
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