OPINIÃO Luiz Ernesto Mellet: As operações Mata Sul, reconstrução e prontidão Luiz Ernesto Mellet é Gestor governamental da Secretaria de Planejamento e Gestão de Pernambuco

Publicado em: 14/11/2017 07:07 Atualizado em:

Por duas vezes, num espaço de sete anos, enxurradas de proporções diluvianas varreram os municípios da Mata Sul de Pernambuco, deixando um rastro de desespero, dor e perdas materiais. E pior: levou vidas. Se algo positivo pode ser extraído foi a rapidez de ação dos governadores Eduardo Campos e Paulo Câmara na mitigação dos danos e na assistência imediata às vítimas.
Acionada em junho de 2010, a Operação Mata Sul teve caráter emergencial de resgate e acolhimento das populações afetadas. Nessa fase, o governo tomaria pé da situação, prestando socorro às vítimas, recuperando os acessos das cidades, restabelecendo a energia e o abastecimento de água.
A Operação Reconstrução veio a seguir. E durou o período entre uma tragédia e outra. Nela foram restaurados os serviços públicos e definidas as normas preventivas, a fim de proteger a região de novos abalos. Nessa fase se iniciariam os trabalhos de reparação da infraestrutura destruída. Pontes e rodovias foram construídas, escolas reformadas e entregues aos moradores novos hospitais. Famílias seriam transferidas das áreas de riscos e terrenos desapropriados para a construção dos conjuntos habitacionais.
Paralelo a isso, uma força tarefa do governo estruturava um plano de ação no qual seria estabelecido um sistema de alerta e o monitoramento permanente do nível dos rios. Essas orientações seriam reunidas no Manual Operação Reconstrução. Hoje reconhecido como guia de referência nacional no enfrentamento de desastres naturais.
Com as enchentes de 2017, o governo de Pernambuco efetivou a Operação Prontidão, na qual foram aplicados os procedimentos de superação dos impactos das cheias realizados nas duas etapas anteriores. Isso permitiu que os trabalhos de salvar vidas, limpar as cidades, normalizar os serviços básicos de água e luz, levantar os danos e buscar alternativas de abrigo fossem conduzidos de maneira pensada e articulada entre os órgãos do governo e os setores da sociedade.  
O que se distinta nisso tudo é o Estado ter aprendido a lição sobre os desastres de 2010, gerenciando com mais desempenho outra crise extrema que se repetiria sete anos depois. Se houve irregularidades, que sejam apurados os fatos e punidos os responsáveis. Agora não é justo desmerecer o trabalho hercúleo de milhares de pessoas que atuaram nessas operações que visaram unicamente à redução dos danos causados pelas enchentes na Mata Sul.


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