Declaração Maranhão justifica decisão e diz que não está "brincando de fazer democracia" "Nossa decisão foi com base na Constituição, com base no nosso regimento e para que possamos corrigir, em tempo, vícios que certamente poderão ser insanáveis no futuro", afirmou o deputado

Publicado em: 09/05/2016 20:48 Atualizado em: 09/05/2016 20:56

Para deputado, decisão de anular as sessões ocorreu em respeito à continuidade do processo de impeachment. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Para deputado, decisão de anular as sessões ocorreu em respeito à continuidade do processo de impeachment. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente em exercício da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), disse nesta segunda-feira que a decisão tomada a partir do recurso apresentado à Câmara pela Advocacia-Geral da União teve por objetivo corrigir "vícios" que poderiam se tornar “insanáveis” no futuro.
Saiba mais...
Leitura de relatório do impeachment é concluída e começa prazo para votação Renan diz que não vota impeachment até plenário analisar cassação de Delcídio Plenário do Senado tem tumulto após decisão de Renan de tocar impeachment Gilmar Mendes diz que tentativa de anular impeachment foi 'Operação Tabajara' Dilma chama impeachment de "interrupção ilegal e usurpadora" do seu mandato AGU teria reforçado anulação do impeachment em um encontro com Maranhão Temer se surpreendeu, mas está tranquilo, diz senador após encontro com vice Renan rejeita recurso de Waldir Maranhão e dará continuidade ao processo de impeachment Humberto comemora; oposição faz duras críticas Raimundo Lira diz que votação do impeachment ainda deve ocorrer na quarta Cunha: decisão de Maranhão é absurda, irresponsável e antirregimental Edinho: governo faz questão de discutir o mérito do impeachment Militantes ocupam Salão Nobre do Planalto após comemorarem decisão de Maranhão Deputado do PP pede expulsão de Maranhão e mais 6 deputados contra impeachment 'Ganhamos tempo para nos reorganizar', diz Lula sobre decisão de Maranhão Câmara não tem mais o poder de anular o processo de impeachment, diz Aécio "Ilegal e imoral", diz Mendonça sobre decisão de Maranhão Internet reage ao anúncio da anulação do impeachment da presidente Dilma Vice do governo na Câmara diz que decisão de Maranhão "é legítima" 'Maranhão diz que houve vícios na votação', diz vice-presidente do Senado Presidente interino da Câmara anula processo de impeachment Votação do impeachment no Senado deve começar às 19h de quarta-feira

"Nossa decisão foi com base na Constituição, com base no nosso regimento e para que possamos corrigir, em tempo, vícios que certamente poderão ser insanáveis no futuro. Tenho consciência do quanto esse momento é delicado. É o momento em que temos o dever de salvar a democracia pelo debate”, justificou o presidente em exercício da Câmara. "Não estamos e nem estaremos, em momento algum, brincando de fazer democracia”, acrescentou Maranhão em comunicado à imprensa no gabinete da presidência da Câmara.

Segundo ele, a decisão de anular as sessões da Câmara nas quais foi discutida e votada a admissibilidade do processo de afastamento da presidenta Dilma Rousseff ocorreu em respeito à continuidade do processo de impeachment.

Democracia
No pronunciamento, feito após o presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciar que faria a leitura do parecer do impeachment na sessão desta segunda-feira, Waldir Maranhão informou que tinha o dever de comunicar que acolheu parte do recurso da AGU e que havia encaminhado sua decisão ao Senado, onde o processo se encontra tramitando.

“Tenho o dever de levar aos lares brasileiros mundo afora que nosso país tem salvação pela democracia, pelo embate, pelo combate e o rigor das leis é que dá ao cidadão as suas garantias individuais”, acrescentou Maranhão à imprensa, ao lado de vários líderes de partidos que apoiam o governo.

Decisão
Nesta segunda-feira pela manhã, Waldir Maranhão aanunciou a anulação das sessões dos dias 15, 16 e 17 de abril, quando os deputados federais aprovaram a continuidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Ele acatou pedido feito pela Advocacia-Geral da União (AGU). Com a aprovação na Câmara, o processo seguiu para o Senado. Também pela manhã o deputado pediu a Renan Calheiros a devolução dos autos do processo.

Na decisão, o presidente interino da Câmara determinava nova sessão para votação do processo de impeachment na Casa, a contar de cinco sessões a partir de hoje. Maranhão considerou que os partidos políticos não poderiam ter fechado questão ou orientado as bancadas a votarem de um jeito ou de outro sobre o processo de impeachment,  "uma vez que, no caso, [os deputados] deveriam votar de acordo com suas convicções pessoais e livremente".

Maranhão também considerou que os deputados não poderiam ter anunciado publicamente os votos antes da votação em plenário em declarações dadas à imprensa. Considerou ainda que o resultado da votação deveria ter sido formalizado por resolução, como define o Regimento Interno da Casa.

MAIS NOTÍCIAS DO CANAL