Após ataque de Eduardo Cunha, presidente da OAB defende pesquisa Presidente da OAB ignorou provocação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. "As ideias devem brigar, não as pessoas", disse em nota

Por: André Shalders - Correio Web

Publicado em: 07/07/2015 20:53 Atualizado em: 07/07/2015 20:59

O presidente da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coelho, e o Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (Monique Renne/CB/D.A. Press e Jonas Ferreira/Agência Senado )
O presidente da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coelho, e o Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, ignorou a provocação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sobre a entidade. Ontem, Cunha reagiu à divulgação de uma pesquisa da entidade sobre o financiamento privado de campanha com duras críticas à OAB. O deputado carioca disse que a entidade é "um cartel" e que "não tem credibilidade". Elaborado pelo Instituto Datafolha a pedido da OAB, o levantamento mostra que 74% dos brasileiros são contra o financiamento privado das campanhas eleitorais. Outros 79% acreditam que as doações de empresas privadas a partidos políticos contribuem para a corrupção. Em nota divulgada na manhã de hoje, Coêlho disse que "As ideias devem brigar, não as pessoas. As instituições devem se respeitar". Ele também defendeu a credibilidade da pesquisa.

"A pesquisa é do Datafolha. Ela revelou os números, com a credibilidade que é detentora. As ideias devem brigar, não as pessoas. As instituições devem se respeitar. O debate de ideias e a divergência de opiniões são próprias de uma democracia. Ofensas e desacatos não vão mudar os números da opinião pública", disse Coêlho, em nota. O financiamento empresarial de campanhas voltará a ser discutido essa semana, durante a votação do 2º turno da PEC da reforma política. No primeiro turno de votações, a Casa decidiu incluir na Constituição a possibilidade de que as empresas façam doações para partidos, mas não para candidatos.

Defensor do financiamento empresarial de campanhas, Cunha questionou ontem a pesquisa do Datafolha. "Eu não vi essa pesquisa, e tem que ver exatamente como ela foi perguntada. Eu já vi pesquisas dizendo o contrário, que a população é contra o financiamento público. Não contra o privado. E isso em pesquisas recentes, de vários institutos. Pelo que eu vi até agora, ninguém da população quer gastar o dinheiro da saúde, da educação, para colocar em campanha política. Não vi uma pesquisa que dissesse isso. Vou ver qual o grau de legitimidade dessa pesquisa", disse o peemedebista.

"A OAB não tem muita credibilidade já há muito tempo. As minhas críticas à OAB são constantes. Aliás, o presidente da OAB (Marcus Vinicius Furtado Coêlho), que criticou na semana passada a maioridade penal, se você pegar os panfletos de campanha do (deputado) Alessandro Molon (PT) no Rio de Janeiro, ele faz parte dos panfletos. Ele é um agente do Molon, um apoiador do Molon", acrescentou ele.

"A credibilidade deles (OAB), que não tem eleição direta, que não prestam contas, como autarquia que eles são%u2026 esse roubo que é o Exame da Ordem%u2026 a OAB é um cartel eleito por eleição indireta, que movimenta bilhões sem fiscalização. A OAB tem que ser questionada em vários pontos. Ela precisa ser mais transparente", afirmou o presidente da Câmara. O fim do exame da OAB, obrigatório para o exercício da advocacia, é uma tradicional bandeira eleitoral de Cunha.

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