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UNIÃO EUROPEIA

UE considera queda de Assad como histórica

Assad esteve no poder por 24 anos e deixou o país devido a ofensiva rebelde

Publicado em: 09/12/2024 15:39

Bashar al-Assad  (foto: Syrian Presidency Press Office/AFP )
Bashar al-Assad (foto: Syrian Presidency Press Office/AFP )

Nesta segunda-feira (9), a União Europeia (UE) avaliou que a queda do regime de Bashar al-Assad na Síria é um momento histórico para a população. Mas, apelou ao respeito pela soberania e independência do país e à rejeição de quaisquer extremismos, em referência à presença no território sírio e ainda nos arredores da região do grupo extremista Estado Islâmico.

 

"A queda do regime criminoso de Bashar al-Assad representa um momento histórico para a população síria, que aguentou imenso sofrimento e demonstrou uma resiliência extraordinária na sua luta pela dignidade, liberdade e justiça. Os nossos sentimentos estão com as vítimas do regime de Bashar al-Assad e com as baixas do conflito sírio. Todos os sírios deviam ter agora a oportunidade de conhecer a verdade e o destino dos seus entes queridos", declarou Kaja Kallas,  a Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança.

 

A chefe da diplomacia acrescentou que diante de um futuro incerto é crucial preservar a integridade territorial da Síria e respeitar a independência, soberania e as instituições estatais. “É também preciso à contenção para assegurar a proteção da população e ao respeito pela lei internacional e lei humanitária internacional, assim como ao respeito pela liberdade religiosa, pelas representações diplomáticas em Damasco, e pela rica herança cultural e religiosa. Neste período crítico, a União Europeia está com a população da Síria e vai continuar em contato com os parceiros essenciais na região e internacionais", afirmou Kallas.

 

A Hayat Tahrir al-Sham (HST), ou Organização de Libertação do Levante, que liderou os rebeldes que derrubaram no fim de semana, prometeu, nos primeiros comunicados, tolerância para com as diferentes seitas e credos do país, assinalando aos seus membros para evitarem maltratar ou atacar civis.

A HTS, que tomou o controle das principais cidades sírias e declarou Damasco livre no domingo, após uma ofensiva que durou apenas 12 dias, é a herdeira da Frente al-Nusra, um antigo braço da Al-Qaeda na Síria. A coligação liderada pela HTS integra atualmente uma variedade de facções rebeldes, incluindo os pró-turcos.

 

O presidente Assad, um ditador que esteve no poder 24 anos, deixou o país devido a ofensiva rebelde. O Kremlin já confirmou que o presidente russo Vladimir Putin concedeu asilo na Rússia a Assad e família.

 

No poder há mais de meio século na Síria, o partido Baath foi, para muitos sírios, um símbolo de repressão, iniciada em 1970 com a chegada ao poder, através de um golpe de Estado, de Hafez al-Assad, pai de Bashar, que liderou o país até sua morte em 2000.


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