Diario de Pernambuco
Busca

MERCADO

Ibovespa tem quarto dia seguido de alta, enquanto dólar cai

Publicado em: 25/12/2022 11:33

O movimento da sexta-feira ficou em R$ 23,2 bilhões, abaixo da média que vem sendo negociada na bolsa e, segundo analistas, acabou favorecendo a alta (Reprodução/Pixabay )
O movimento da sexta-feira ficou em R$ 23,2 bilhões, abaixo da média que vem sendo negociada na bolsa e, segundo analistas, acabou favorecendo a alta (Reprodução/Pixabay )
O resultado do IPCA-15 de dezembro foi um dos fatores que levaram a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) a registrar mais uma dia no azul, ontem. O Ibovespa recuperou a linha dos 109 mil pontos e se manteve mais uma vez bem à frente dos índices acionários americanos e europeus. Foi o quinto ganho consecutivo do principal indicador da B3, uma sequência que não se via desde o período entre 17 e 21 de outubro. Com alta de 2% no dia, fechando aos 109.994 pontos,o índice avançou 6,65% na semana. No mês, ainda registra recuo de 2,48%.

O movimento da sexta-feira ficou em R$ 23,2 bilhões, abaixo da média que vem sendo negociada na bolsa e, segundo analistas, acabou favorecendo a alta. "O nível de negociação um tanto menor, aqui como no exterior, favoreceu a volatilidade na sessão pré-Natal, com muita gente já de fora, pelo feriado", disse Gustavo Neves, especialista em renda variável da Blue3. Além disso, as mudanças feitas na PEC da Transição, reduzindo o período de gastos acima do teto continuaram repercutindo positivamente entre os investidores, "bem como a recepção aos nomes já anunciados pelo governo eleito", para os ministérios e as áreas técnicas da Fazenda. "Não foi negativo como se chegou a temer", afirmou.

O apetite por investimento de risco foi amparado também pelo resultado do IPCA-15 de dezembro, num momento em que os investidores têm refeito contas com relação à taxa básica de juros, a Selic, tendo em vista a possibilidade de expansão fiscal em 2023 no Brasil, em paralelo ao aumento de juros ainda em curso em economias centrais, como Estados Unidos e Zona do Euro.

"O IPCA-15 ficou em 0,52% em dezembro, o que traz o índice anual de 6,17% para 5,90%, alinhado com o IPCA cheio. Não trouxe surpresas ruins, nem nenhuma grande mudança, após o período de deflação, especialmente em transportes entre julho e outubro. Há uma estabilidade saudável, mas é preciso seguir acompanhando nos próximos meses", avaliou Bruno Mori, economista e sócio-fundador da Sarfin.

No mercado de câmbio, o dólar apresentou a quarta baixa consecutiva, cotado a R$ 5,166 para venda, em queda de 0,38%. Com o resultado, a divisa americana acumula recuo de 2,42% em relação ao real na semana e, no ano, cai 7,35%. A disparada dos preços de commodities e a redução da incerteza fiscal do País apoiaram a moeda brasileira ao longo da sessão.

Para o chefe de câmbio da Trace Finance, Evandro Caciano, a redução das incertezas do cenário doméstico ainda é a principal responsável pelo fortalecimento do real. O profissional destaca que a promulgação da PEC da Transição e a votação do Orçamento permitiram o desmonte de posições defensivas no câmbio.

"Desde ontem, a apresentação do time de ministros e a definição da PEC da transição desenharam um movimento de calmaria nos mercados. Quando você olha o movimento, está acontecendo um desmonte de posições de hedge no dólar", diz Caciano. "O valor interno continua se sobrepondo ao externo, na mesma toada do Ibovespa, que também foi super bem."

COMENTÁRIOS

Os comentários a seguir não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL