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Estudo vincula mutação genética a morte súbita de recém-nascidos

Um estudo americano-britânico sugere um possível vínculo entre casos de morte súbita do lactante e uma mutação genética rada, que afeta o funcionamento dos músculos respiratórios

Publicado em: 29/03/2018 15:35 | Atualizado em: 29/03/2018 15:38

Foto: Matheus Oliveira/CB/D.A Press

A morte súbita do lactante, que tira o sono de muitos pais, poderia ter uma origem genética, segundo pesquisadores que insistiram, no entanto, na importância das medidas de segurança recomendada na hora de deitar os bebês.

Um estudo americano-britânico sugere um possível vínculo entre casos de morte súbita do lactante e uma mutação genética rada, que afeta o funcionamento dos músculos respiratórios. 

Os autores do estudo, publicado na revista médica The Lancet, explicam, no entanto, que embora este vínculo seja confirmado, para o que se necessitam mais pesquisas, isto não explicaria por si só a morte dos bebês.

Por isso, lembram a importância de se respeitar as recomendações para evitar mortes súbitas: deitar os bebês sobre as costas e evitar que durmam na cada dos pais.

A morte súbita do lactante é o falecimento repentino de uma criança menor de dois anos - frequentemente menor de seis meses - para o qual não se identificou nenhuma causa.

"Nosso estudo é o primeiro que vincula a morte súbita do lactante a uma fragilidade dos músculos respiratórios, cuja causa é genética. Serão necessárias, no entanto, mais pesquisas para confirmar e entender este vínculo", informou um dos autores do estudo, o professor britânico Michael Hanna, citado pela The Lancet. 

A mutação do gene SCN4A é incomum: considera-se que ocorra em menos de cinco indivíduos por grupo de cem mil pessoas. Mas os estudiosos a encontraram em quatro das 278 crianças que sofreram morte súbita do lactante acompanhadas no estudo. 

Os cientistas não encontraram o gene em nenhum dos 729 adultos sadios que estudaram de modo comparativo.

Estas mutações são associadas a uma série de problemas neuromusculares genéticos (miopatias, síndromes miastênicas...) e a dificuldades respiratórias.

Nos países desenvolvidos, o número de casos de morte súbita do lactante caíram de forma abrupta no final dos anos 1990, quando as autoridades sanitárias recomendaram deitar as crianças sobre as costas ao invés de colocá-las de lado ou de bruços.

Segundo cifras oficiais publicadas no começo de janeiro nos Estados Unidos, cerca de 3.500 bebês morrem anualmente durante o sono no país, com 320 milhões de habitantes. 

No Reino Unido, calcula-se que 300 bebês morram anualmente por este motivo e 250 na França.
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