Pesquisa Comer carboidratos pode ajudar a curar a gripe, diz estudo Já para lidar com doenças bacterianas o ideal é fazer o contrário e diminuir a ingestão de glicose

Publicado em: 26/09/2016 09:57 Atualizado em:

Uma pesquisa da Universidade de Yale concluiu que doenças causadas por vírus exigem uma dieta rica em carboidratos para ajudar o sistema imunológico a funcionar da melhor forma possível. Quando o corpo detecta uma invasão, ele reage com uma resposta inflamatória, sinal de que seu sistema imunológico vai começar a atuar com força total. No estudo, os pesquisadores ativaram a resposta inflamatória típica de uma doença causada por vírus - como o resfriado comum ou a gripe - em um grupo de ratinhos.

No entanto, enquanto as células da doença são mortas pela inflamação, nosso corpo também pode ser prejudicado, tanto que a maioria dos sintomas da gripe são causados pelo sistema imunológico, como a febre. Os cientistas dividiram as cobaias em dois grupos: um com acesso a açúcar (glicose) e o outro não. Todos os ratos perdiam o apetite assim que ficavam doentes, mas logo voltavam a sentir fome. Já o grupo que não tinha acesso a glicose morria, inclusive tendo o cérebro afetado pela resposta antiviral. Os ratinhos com acesso ao açúcar se recuperaram tranquilamente, o que levou os cientistas a concluir que, em doenças virais, a glicose tem um efeito de proteção cerebral.

Os especialistas também repetiram o experimento com infecções bacterianas. Desta vez, eles ativaram respostas inflamatórias típicas de combate às bactérias. Novamente, alguns ratos tinham acesso a açúcar e outros não. No entanto, quem se saiu melhor agora foi o grupo que fez jejum de carboidratos. Os ratos que ficaram sem glicose obrigavam o corpo a produzir energia a partir de gorduras. O resultado desse processo é o aumento da concentração de cetonas no corpo.

Já os ratos que ingeriam açúcar não tinham o metabolismo cetogênico e sofreram danos neurológicos que levaram à morte. Ou seja, um efeito contrário ao da gripe. Uma possível explicação é que o açúcar, quando é digerido, produz radicais livres altamente reativos. A inflamação bacteriana (ao contrário da viral), também. Essa soma de radicais livres teria sobrecarregado o sistema e afetado o cérebro.

Por enquanto, os resultados da pesquisa feita são apenas indícios de como a glicose (ou a falta dela) afeta o corpo humano no caso de doenças virais e bacterianas. Segundo a revista New Scientist, a próxima etapa é testar o método de dar açúcar para o vírus e cortar o carboidrato da bactéria em casos de infecção generalizada, na esperança de conseguir aumentar o índice de sobrevivência dos pacientes.

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