Ponto positivo Pokémon Go também pode trazer ganhos à saúde Além do lado lúdico, o jogo traz outro benefício, tornando os treinadores pessoas fisicamente mais ativas

Por: Henrique Souza - Pernambuco.com

Publicado em: 09/08/2016 15:20 Atualizado em: 09/08/2016 15:30

Pokémon Go ajuda a incentivar caminhadas, mas é preciso ter atenção redobrada com a postura. Foto: Júlio Jacobina/DP
Pokémon Go ajuda a incentivar caminhadas, mas é preciso ter atenção redobrada com a postura. Foto: Júlio Jacobina/DP

Ver pessoas andando com a cabeça baixa e olhando para o celular já é uma cena corriqueira no nosso cotidiano. Entretanto, desde a semana passada isso se tornou ainda mais comum, por causa do lançamento da febre Pokémon Go. O jogo tem feito pessoas andarem por todo o Recife atrás dos monstrinhos. Além do lado lúdico, o game pode trazer outro benefício, que é tornar os jogadores pessoas fisicamente mais ativas.

Na caçada aos pokémons, o jogador acaba sendo incentivado a explorar a cidade onde vive. Além de capturar as criaturas, o usuário deve se movimentar para se abastecer de pokébolas e outros itens, batalhar com outras pessoas e chocar ovos. O app mantém uma contagem permanente de quilômetros percorridos e parabeniza o treinador conforme ele percorre mais quilômetro. E, de fato, Pokémon Go tem como um dos seus objetivos promover a saúde. O próprio CEO do app, John Hanke, já declarou que o jogo também foi pensado para fazer com que você movimente seu corpo de forma divertida.

No Recife, lugares públicos com grande movimento, como parques e praças, estão sendo muito procurados pelos jogadores. No Parque da Jaqueira, Zona Norte do Recife, diariamente vários jogadores têm ido ao local capturar pokémons e acabam, mesmo que de forma involuntária, fazendo atividade física.

Juntos, padrinho e afilhado já percorreram 49 quilômetros em busca de pokémons. Foto: Júlio Jacobina/DP
Juntos, padrinho e afilhado já percorreram 49 quilômetros em busca de pokémons. Foto: Júlio Jacobina/DP

O assistente de suporte técnico Caio Romero é um dos que já realizou longas caminhadas pelo parque atrás dos monstrinhos. "Eu já tive o costume de caminhar no passado, mas estava sedentário até o lançamento do jogo. Um dia depois que baixei, já fui na Jaqueira com meu afilhado. Agora estamos vindo aqui quase todo dia. Se a cidade não fosse tão violenta seria ainda melhor", conta ele, que já andou quase 19km em cinco dias.

Seu afilhado, o operador de telemarketing Anderson Felipe, vai ainda mais longe: já percorreu 30 km desde o lançamento do aplicativo. "Moro perto do parque, mas a minha frequência aqui aumentou muito. O jogo é bom porque tira o pessoal de casa e nos faz conhecer gente nova", elogia.

Até por uma questão de segurança, normalmente os treinadores vão em grupo nas suas "caçadas". Os universitários Tiago Nascimento, Amanda Batista e Joniel Levy já se exercitavam na Jaqueira antes, mas agora passam muito mais tempo no local procurando novos pokemóns. "O jogo incentiva as pessoas a saírem mais de casa. Além disso, você acaba fazendo novas amizades por causa dele", diz Tiago. "Nós nos encontramos mais com os nossos amigos agora por causa do jogo”, completa Amanda. Já Joniel destaca o caráter "motivador" do game. "Mesmo quando você chega cansado em casa, você acaba saindo para capturar mais pokemóns".

Para Amanda Batista, o jogo estimula a vida social, já que promove o encontro com amigos para a "caçada'. Foto: Júlio Jacobina
Para Amanda Batista, o jogo estimula a vida social, já que promove o encontro com amigos para a "caçada'. Foto: Júlio Jacobina

Precauções também são necessárias

No entanto, engana-se quem pensa que basta apenas ânimo e um celular para estar pronto para a "aventura". O personal trainer Cleiton Andrade aponta que é preciso tomar cuidado com as distâncias percorridas e não exagerar nas caminhadas. "O ideal é fazer um check-up médico antes de começar a andar muito. Não começar com trajetos muito longos e ir aumentando aos poucos a distância, e claro, usar um tênis confortável", orienta.

Além disso, há outro problema que também merece atenção. O uso em excesso do celular é um risco para o corpo humano. A postura normalmente utilizada, de cabeça baixa e com os olhos voltados para baixo em direção à tela do aparelho é capaz de ocasionar dores e problemas em áreas como coluna, ombros, punhos e cotovelos. Além disso, a repetição de movimentos ao digitar no celular também pode causar tendinites.

O ortopedista Luciano Temporal ensina que é necessário ter muita atenção com a postura corporal durante o uso desses aparelhos. "Quando estamos sentados devemos apoiar os cotovelos sobre uma superfície e colocar o telefone à nossa frente sem abaixar a cabeça, deixando a mesma numa posição neutra", orienta. Entretanto, o especialista adverte que a medida apenas minimiza os problemas. "Nunca deixamos de correr riscos, até porque nossa atenção está voltada muito mais para o celular do que para nossa postura", alerta.



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