Dúvida
Atividade sexual ainda é tabu para pacientes com problemas cardíacos
Pesquisa com infartados mostra que são poucos os pacientes que conversam com o médico sobre os cuidados envolvendo atividades sexuais. Segundo especialistas, as orientações, quando ocorrem, são muito restritivas
Por: Isabela de Oliveira - Correio Braziliense
Publicado em: 29/05/2015 14:42 Atualizado em: 29/05/2015 14:59
Foto: Reprodução/Correio Braziliense |
A conclusão é de um estudo publicado recentemente na revista especializada Circulation, da Associação Americana de Cardiologia. Segundo os resultados, apenas uma a cada oito mulheres (12,5%) e um a cada cinco homens (20%) são orientados sobre a atividade sexual no primeiro mês de recuperação de um problema cardíaco grave. Além disso, embora nos Estados Unidos %u2014 e também no Brasil %u2014 a recomendação seja que, dependendo do caso, a atividade sexual volte ao normal sete dias após a alta hospitalar, os pacientes que tomaram a dianteira da situação receberam instruções excessivamente restritivas.
Na pesquisa %u2014 liderada por Stacy Tessler Lindau, diretora do Programa de Medicina Integrativa Sexual do Centro Médico da Universidade de Chicago %u2014, foram acompanhados 3.501 pacientes de ataque cardíaco em 127 hospitais da Espanha e dos EUA entre 2008 e 2012. Em média, os participantes tinham 48 anos e dois terços eram mulheres. A maioria dos voluntários, que disseram manter relações sexuais normalmente um ano antes do infarto, relatou que se sentia à vontade para discutir o assunto com um médico. Apesar disso, somente 12% das mulheres e 19% dos homens tiveram essa conversa no primeiro mês após o ataque cardíaco.
Da minoria que discutiu a situação com um especialista, um terço foi informado de que poderia retomar a atividade sexual sem restrições. Os outros foram orientados a limitá-la, que deveriam ser mais passivos para que conseguir manter a frequência cardíaca baixa. Na Espanha, as mulheres foram 40% mais propensas a receber conselhos restritivos do que os homens. Ao contrário dos Estados Unidos, onde as recomendações foram mais restritivas para eles. De forma geral, as europeias tiveram 36% mais chances de receber conselhos conservadores.
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