Droga
Confira uma lista com dúvidas frequentes sobre a maconha
Por: Diario de Pernambuco
Publicado em: 08/04/2015 21:00 Atualizado em: 08/04/2015 21:00
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Foto: Flickr/Reprodução |
Há tantas polêmicas envolvendo a maconha que resumir o assunto é sempre um desafio. Afinal de contas, trata-se da droga ilícita mais popular do planeta. Até por isso, não faltam referências a ela na internet. O problema é que as fontes nem sempre são confiáveis. Por isso, decidimos elaborar uma lista com algumas das dúvidas mais frequentes em torno do tema.
A maconha é uma droga realmente perigosa?
Comparando seus efeitos aos de outras drogas - incluindo as legalizadas -, a resposta é não. Na verdade, não faltam estudos que colocam o tetrahidrocanabinol (THC, o princípio ativo da planta) entre as substâncias menos perigosas para seus usuários.
Então, ela é inofensiva?
Também não. Principalmente quando opta pelo método mais tradicional, como um cigarro, o usuário inala uma quantidade significativa de monóxido de carbono e alcatrão, proveniente da queima. E ao contrário do que se pensa, o narguile traz prejuízos mais severos que o baseado comum. A maneira mais segura de consumir a droga é através de um vaporizador, que tira o THC da planta através de vapor de água. Mas vale ressaltar que ao tragar, a temperatura interna aumenta, podendo favorecer o surgimento de tumores.
Mas mata neurônios?
Este é um daqueles casos em que uma mentira repetida acaba virando “verdade”. Mas trata-se provavelmente do maior mito em torno do tema. Somente nos Estados Unidos foram gastos bilhões de dólares para comprovar que o THC danifica o tecido cerebral. Nada foi comprovado. Em testes com usuários crônicos de maconha - aqueles que fumam vários baseados por dia e há mais de 15 anos - percebeu-se uma queda sutil no desempenho em relação à memória e à atenção. O álcool, por outro lado, pode provocar danos irreparáveis ao cérebro.
Se é menos perigosa que o álcool e o cigarro, por que a maconha foi proibida?
A pergunta é complexa e a resposta extrapola os campos da saúde e da segurança, encontrando guarida em questões raciais, políticas e, principalmente, econômicas. Mas vamos tentar resumir de maneira superficial. O principal motivo para a proibição da maconha não é o THC, mas o cânhamo e a semente. A fibra, retirada do caule da planta, mostrou-se um duro concorrente às fibras sintéticas, enquanto o óleo extraído da semente, virou um oponente à altura dos subprodutos do petróleo que até hoje dominam o mercado mundial. Curiosamente, o primeiro chefe da primeira agência de combate à maconha nos Estados Unidos era casado com a sobrinha do dono de uma gigante petrolífera do país.
E se alguém for pego com um baseado?
No Brasil, como em boa parte do mundo, a legislação em torno da maconha é um terreno obscuro. Por aqui, desde 2006, não há pena de prisão para os usuários. Quem for pego com pequena quantidade de substância ilícita pode ser apenado com prestação de serviços comunitários, um curso sobre os malefícios causados pelo consumo ou uma advertência. Mas a verdade é que nem os juristas sabem se o uso é crime ou não no Brasil. O motivo para isso é político. Ou melhor, são os políticos, que morrem de medo do tema. Eles, que fazem nossas leis, sabem que colocar usuários de drogas na cadeia é ineficiente e extremamente caro. Ao mesmo tempo, têm pavor de contrariar a fatia da sociedade que apoia a proibição por conta da falta de informação.
É verdade que a maconha é a porta de entrada para outras drogas?
Não há qualquer evidência científica disso, mas em alguns casos, pode até ser verdade. Entretanto, é preciso analisar este quadro com cautela. Por ser ilegal, a maior parte dos usuários precisa recorrer ao tráfico para ter acesso à maconha. E alguns acabam sendo persuadidos a experimentar drogas mais pesadas e mais lucrativas para os traficantes.
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