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Reunião do Conselho do Náutico discute contrato com empresa de ingressos

Conselho do Náutico analisa contrato com empresa de ingressos e adiantamento de R$ 500 mil

Paulo Mota

Publicado: 25/06/2025 às 10:59

Reunião no Conselho Deliberativo do Náutico/Rafael Vieira/DP Foto

Reunião no Conselho Deliberativo do Náutico (Rafael Vieira/DP Foto)


O Náutico vive mais um capítulo turbulento fora das quatro linhas. Em meio à reta final da primeira fase da Série C do Campeonato Brasileiro, o Conselho Deliberativo realiza, na noite desta quarta-feira (25), uma reunião para avaliar a renovação do contrato com a empresa Futebol Card, responsável pela comercialização de ingressos do clube.

No centro da discussão está uma proposta de adiantamento financeiro no valor de R$ 500 mil, oferecido pela própria empresa como "luvas" pela renovação contratual. A quantia tem gerado divergências entre o Executivo e o Conselho, que avaliam de forma distinta a utilização do montante. O presidente Bruno Becker e o técnico Hélio dos Anjos defendem a proposta, alegando que os recursos são fundamentais para reforçar o caixa do departamento de futebol neste momento crucial da temporada.

Além do contrato com a Futebol Card, outro ponto sensível em pauta é a destinação de R$ 1,6 milhão referente à multa contratual paga pelo Grupo Mateus após desistência do projeto de investimento no Centro de Treinamento. Enquanto o Executivo defende que os valores sejam utilizados para cobrir custos imediatos do futebol, o Conselho argumenta que a verba deveria ser alocada à Recuperação Judicial do clube, conforme previsto inicialmente.

A reunião de hoje ocorre após uma tentativa anterior de apreciação do tema, marcada para 1º de julho, ser antecipada diante da urgência do debate. O cenário atual é reflexo de uma sequência de atritos entre os dois poderes do clube. No mês passado, um processo administrativo foi aberto contra o presidente Bruno Becker por uma postagem em redes sociais exaltando a democracia. O caso gerou repercussão, mas acabou sendo retirado da pauta.

Outro episódio de forte desgaste envolveu as negociações para a transformação do Náutico em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O presidente liderava tratativas com o Consórcio Timbu, que acabou desistindo do investimento após forte resistência do Conselho Deliberativo e clima considerado “bélico” durante a reunião de apresentação do projeto.

Com a instabilidade política em alta, o Náutico tenta equilibrar a gestão financeira e a necessidade de resultados esportivos. A decisão desta quarta-feira pode ter efeitos diretos não só nas finanças do clube, mas também no futuro das relações internas e no desempenho em campo.

 

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