13º salário injetará R$ 9,4 bilhões na economia de Pernambuco em 2025
13º salário vai beneficiar 3,25 milhões de pessoas e aquecer a economia estadual; Nordeste deve receber R$ 60,5 bilhões, segundo estimativa do Dieese.
Publicado: 26/11/2025 às 07:01
Cartão de crédito e cheque especial são prioridade para os brasileiros que vão quitar dívidas utilizando o 13º salário. Foto: Ed Alves/CB/D.A Press (Cartão de crédito e cheque especial são prioridade para os brasileiros que vão quitar dívidas utilizando o 13º salário. Foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
A economia de Pernambuco receberá uma injeção robusta de recursos até o final de 2025 com o pagamento do 13º salário. As projeções do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) indicam que o montante alcançará a marca de R$ 9,4 bilhões, valor que corresponde a aproximadamente 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual.
O benefício deverá contemplar cerca de 3,25 milhões de pernambucanos, com rendimento médio estimado em R$ 2.455,09 por pessoa. O aporte financeiro chega como um motor sazonal indispensável para o comércio e os serviços locais, além de auxiliar no saneamento das finanças das famílias que aguardam o recurso para reorganizar o orçamento.
Cenário regional
No contexto ampliado, a região Nordeste deve absorver 16,4% do montante nacional, totalizando uma injeção estimada em R$ 60,5 bilhões na economia regional.
Pernambuco posiciona-se como o segundo maior polo de recebimento desses recursos entre os nove estados, ficando atrás apenas da Bahia, que lidera o ranking com uma estimativa de R$ 13,1 bilhões. Um dado relevante na análise regional é a média do benefício: embora Sergipe apresente o menor volume total injetado, o estado registra o maior valor médio por trabalhador no Nordeste. A média de rendimento nordestina, contudo, permanece cerca de 30% abaixo da média nacional, refletindo disparidades históricas na remuneração formal.
Panorama nacional
Em todo o território brasileiro, o pagamento do 13º salário tem potencial de injetar cerca de R$ 369,4 bilhões na economia. O montante global representa aproximadamente 2,9% do PIB do país. Ao todo, cerca de 95,3 milhões de brasileiros serão favorecidos com o rendimento adicional, que terá valor médio de R$ 3.512,00.
Para o cálculo, foram considerados dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Novo Caged, além de informações da Previdência Social. Do total a ser pago no país, a maior fatia — cerca de R$ 260 bilhões — será destinada aos empregados formis, o que equivale a 70,4% dos recursos.
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Dependência previdenciária
A composição da renda em Pernambuco revela características distintas da média brasileira. Enquanto, no país, a parcela destinada a aposentados e pensionistas representa 29,6% do total, no estado pernambucano essa participação sobe para 37%. Beneficiários do INSS e dos regimes próprios (estadual e municipal) responderão por R$ 3,5 bilhões da injeção local.
Essa forte presença de transferências previdenciárias evidencia a importância desses recursos para a estabilidade do consumo, independentemente da flutuação imediata do mercado de trabalho produtivo.
Uso consciente
Diante do cenário de endividamento, a prioridade para muitas famílias de baixa renda será a quitação de débitos com juros elevados, como cartão de crédito e cheque especial, antes do direcionamento para o consumo de bens. O 13º salário cumpre, portanto, um duplo papel na macroeconomia: funciona primeiramente como um mecanismo de reestruturação financeira das famílias e, em um segundo momento, como combustível vital para as vendas do varejo no fim de ano.