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Economia
ANÁLISE

Potencial de energia renovável do Nordeste é um vetor para a o avanço econômico do Brasil, aponta economista

Economista e ex-ministro Joaquim Levy apresentou panorama da economia nacional e aspectos do potencial de Pernambuco em congresso no Recife

Thatiany Lucena

Publicado: 24/10/2025 às 19:14

Energia renovável no Brasil pode alancar economia do país/Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Energia renovável no Brasil pode alancar economia do país (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Diante do cenário de incertezas no Brasil, reflexo da alta taxa de juros, que na última projeção do Boletim Focus continuou em 15% ao ano, o economista e ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, analisou o investimento em energia renovável no Nordeste como um dos caminhos para o avanço da economia no Brasil.

“A economia brasileira tem demonstrado muitos avanços, mas ela precisa de certos acertos também, principalmente no setor de energia, para que o país possa realmente ter energia barata e abundante aproveitando todo potencial de energia eólica, solar, e inclusive da biomassa, que o Nordeste possui”, destacou o economista.

A análise do economista foi apresentada durante a sua palestra magna, de forma virtual, no Congresso Nacional de Executivos de Finanças (Conef-PE), que aconteceu nesta sexta-feira (24), no Mirante do Paço, no Recife Antigo.

Ele citou ainda o Porto Digital do Recife como um exemplo de vetor para alavancar a força de trabalho e a economia por meio da qualificação de mão de obra. “Cerca de 21% da força de trabalho do Brasil tem ensino superior completo. Entre as novas gerações, quem não tem hoje o ensino médio vai ter muita dificuldade de encontrar emprego”, destaca Levy, citando também a importância do novo ensino médio.

Panorama da economia no Brasil

Durante a palestra, o ex-ministro destacou que a economia atual do país não possui grandes desequilíbrios e destaca o aquecimento do mercado de trabalho como um dos principais aspectos. “O salário indicado no Caged está hoje está 1% acima do salário registrado em 2019. Além disso, ele está uns 3% acima do que era 10 anos atrás. Há uma valorização das novas profissões, das novas oportunidades, mas a pressão do salário é limitada”, explicou.

O economista apontou ainda uma tendência positiva em relação ao setor produtivo nacional. “Pesquisas recentes do Banco Central com o setor produtivo indicam que as empresas já estão começando a projetar uma queda no custo dos seus insumos. Ou seja, a pressão para repassar custos para os preços está diminuindo”, afirmou. Apesar disso, ele disse que, curiosamente, a maior parte das empresas ainda prevê aumentar o preço dos seus produtos um pouco a mais do que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apontando expectativa de crescimento mais rápido que o resto da economia.


Queda de preços

De acordo com o economista, a expectativa de queda nos preços desde o primeiro trimestre de 2025, em relação ao ano passado, tem a ver com a desvalorização do câmbio nesse período, que significou uma desvalorização do real de mais de 20%. “Alguns estudos muito mostram que se não tivesse essa desvalorização, a inflação não teria passado de 4%“, apontou. Ele prevê ainda que a inflação deve terminar 2025 abaixo de 4,5% e deve fechar o ano de 2026 entre 3% e 3,5%. 

Segundo ele, a economia no país não tem pressões fortes e isso indica que o Banco Central já tem as condições técnicas para começar a reduzir as taxas de juros. “Quando observa o modelo do Banco Central, ele claramente já indica a possibilidade de estar muito próximo da meta no final de 2026, começando 2027 já com uma inflação muito bem confortável”, afirmou.

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