Cantora franco-camaronesa Irma se apresenta nesta terça no Recife
Irma, cantora franco-camaronesa, se apresenta hoje no Teatro Hermilo Borba Filho, trazendo o show You And My Guitar com releituras de sucessos internacionais e brasileiro
Publicado: 11/11/2025 às 04:00
Cantora franco-camaronesa Irma faz sua estreia no Recife (Foto: Inès/Divulgação)
Antes da iluminação dos grandes palcos, era a luz azulada do computador que guiava a franco-camaronesa Irma. Seus covers acústicos, que forjaram uma legião de fãs a partir de 2008, construíram uma ponte entre o seu quarto e o mundo, rendendo colaborações com Will.i.am e Céline Dion e shows internacionais. Após realizar o sonho de sua estreia no Brasil ainda no início deste ano, a cantora retorna com a mesma turnê, intitulada You And My Guitar, e desta vez seu caminho a traz pela primeira vez ao Recife. A apresentação será nesta terça-feira (11), às 20h, no Teatro Hermilo Borba Filho.
Depois de circular por grandes gravadoras, Irma optou por retornar às suas raízes como artista independente. Para ela, aqueles primeiros anos de carreira foram fundamentais para moldar sua mentalidade criativa, e voltar a esse modelo representa um reencontro com sua essência fase me ensinou que você precisa ser a força motriz do seu próprio trabalho. Se tem uma ideia, precisa descobrir como realizá-la, em vez de esperar que outros façam por você”, reflete, em conversa exclusiva com o Viver.
No palco, a mesma simplicidade que conquistou a internet. Apenas a cantora, seu violão e uma stomp box para criar camadas eletrônicas ao vivo. É neste espaço minimalista que Irma revisita sua trajetória, na qual inclui desde suas composições autorais como Letter to the Lord até releituras de How Deep Is Your Love (Bee Gees) e de Thriller, eterno hit de Michael Jackson todas reinventadas através de sua visão acústica e contemporânea.
Porém, sua jornada sonora não se limita às fronteiras do pop internacional. O repertório também se tinge de verde e amarelo, trazendo Ainda Lembro, de Marisa Monte e Nando Reis, e Domingo, de Caetano Veloso, eternizada por Maria Bethânia. Para Irma, aprender canções como Eu Vim da Bahia ou interpretar composições ligadas à grande diva Bethânia abriu portas para uma nova forma de harmonização, que ela mesma considera quase sagrada. “No Brasil, a musicalidade e a poesia são altamente sofisticadas e, ainda assim, profundamente emocionais. Todos se conectam a elas”, sublinha.
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Como se a mesma sintonia que a levou à MPB ecoasse no contato humano, a energia do povo brasileiro durante sua primeira visita lhe marcou profundamente. A hospitalidade e o calor das pessoas a fizeram reviver Douala, sua cidade natal. “As pessoas te abraçam, rezam por você, te desejam bênçãos. É algo incrível. Eu sou assim também. Gosto que as pessoas se sintam protegidas e acolhidas”, diz Irma, que acrescenta: “Me senti em casa imediatamente”, declara-se a cantora, cujo coração já batia em ritmo brasileiro muito antes de sua chegada. Em 1998, chorou com a derrota brasileira para a França na final da Copa do Mundo
Hoje, ela expressa esse carinho descobrindo o Brasil a pé. De Norte a Sul, passando por Rio, São Paulo, Uberlândia, Brasília, Goiânia e Curitiba, fez questão de explorar cada cidade a pé. Agora, prepara-se para escrever um novo capítulo dessa história no Recife. “Vou simplesmente caminhar e descobrir a cidade sem planos definidos. Adoro me perder, observar e sentir o ritmo de um lugar. É a melhor forma de conhecê-lo”, adianta ela, ansiosa pelo ritmo que só a capital pernambucana sabe oferecer e, quem sabe, inspirá-la nas suas próximas canções.