Caso Esther: MPPE denuncia trio por homicídio e ocultação de cadáver em São Lourenço da Mata
Esther Izabelly foi encontrada morta dentro de uma cacimba, 21 horas depois de ser dada como desaparecida
Publicado: 17/12/2025 às 17:58
Esther Isabelly tinha 4 anos (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) apresentou denúncia à Vara Criminal de São Lourenço da Mata contra Fernando Santos de Brito pelo homicídio qualificado da menina Esther Izabelly Pereira da Silva, de 4 anos, ocorrido no município, além do crime de ocultação de cadáver. O Ministério Público também denunciou Fabiano Rodrigues de Lima e Uilma Ferreira dos Santos pelos crimes de ocultação de cadáver e fraude processual.
A denúncia foi oferecida nesta terça-feira (16) pela 1ª Promotoria de Justiça Criminal da cidade. O MPPE atribui ao acusado as qualificadoras de meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, bem como a ocultação do corpo.
Segundo o MPPE, Fabiano e Uilma teriam contribuído para dificultar as investigações após a morte da criança.
A pedido do MPPE, a Justiça manteve a prisão preventiva de Fernando Santos de Brito. No caso de Fabiano Rodrigues de Lima e Uilma Ferreira dos Santos, as prisões foram convertidas em medidas cautelares diversas, enquanto o processo segue em tramitação.
O inquérito policial foi concluído na semana passada. As investigações apontam que Fernando foi o responsável pela morte da menina, com o auxílio de Uilma para ocultar o corpo. Ambos negam envolvimento no crime.
O relatório final da Polícia Civil havia sido encaminhado ao Ministério Público no início de dezembro, mas retornou à corporação para a realização de diligências complementares consideradas indispensáveis para o oferecimento da denúncia.
Relembre o caso
O corpo de Esther foi encontrado na manhã do dia 21 de outubro, submerso em uma cacimba localizada no quintal de uma residência na comunidade onde vivia com a família. A estrutura, com cerca de 3,7 metros de profundidade, estava fechada por uma placa de concreto.
A causa da morte, segundo a polícia, foi traumatismo craniano. Um preservativo foi localizado próximo ao corpo, mas a perícia descartou a ocorrência de violência sexual, por não haver indícios compatíveis com estupro.
De acordo com o relato da delegada responsável pelo caso, Juliana Bernart, a dinâmica do crime teria começado no dia anterior ao encontro do corpo. A menina estava em casa com a mãe e os irmãos quando amigos e familiares se reuniram no local para consumir bebidas alcoólicas. Fernando Santos de Brito, vizinho da família, juntou-se ao grupo.
Em determinado momento da tarde, as crianças pediram para brincar em um campo de futebol próximo. Horas depois, Fernando deixou a residência alegando que iria comprar cerveja.
No início da noite, a mãe percebeu o desaparecimento de Esther e iniciou buscas com o auxílio de vizinhos. Um dos irmãos da criança relatou que ela teria sido levada por um homem e indicou a casa de Fernando. Moradores foram até o imóvel e encontraram o suspeito nu, que afirmou ter levado uma mulher do bar para manter relações sexuais.
Após o desaparecimento, Uilma Ferreira dos Santos, companheira de Fernando, teria ido até o local e iniciado a retirada de móveis durante um protesto organizado por moradores da comunidade. Em seguida, segundo a polícia, ela realizou uma limpeza na residência e contou com a ajuda de Fabiano Rodrigues de Lima.
O desaparecimento de Esther mobilizou familiares e moradores do bairro, que realizaram buscas ao longo de cerca de 21 horas. O corpo foi localizado na cacimba da casa onde viviam Fernando e Fabiano, encerrando as buscas na manhã do dia 21. Apesar da conclusão do inquérito e da denúncia apresentada, a motivação do crime ainda não foi esclarecida.