Caso Esther: Polícia Civil afirma que cumprirá novas orientações do MPPE
O inquérito da morte da menina Esther foi devolvido pelo MPPE menos de uma semana após o indiciamento de duas pessoas suspeitas de envolvimento no caso
Publicado: 09/12/2025 às 16:54
Esther Isabelly foi encontrada dentro de uma cacimba, localizada em uma residência no bairro do Pixete, em São Lourenço da Mata, no dia 21 de outubro (Foto: Sandy James/DP Foto)
A Polícia Civil de Pernambuco informou, nesta terça-feira (9), que recebeu a solicitação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) referente ao inquérito que apura a morte de Esther Isabelly Pereira, de 4 anos, encontrada em uma cacimba em São Lourenço da Mata. Segundo a corporação, as orientações encaminhadas pelo órgão ministerial serão cumpridas.
O inquérito havia sido devolvido pelo MPPE menos de uma semana após o indiciamento de duas pessoas suspeitas de envolvimento no caso.
Nesta manhã, o Ministério Público declarou ter requisitado “diligências complementares e imprescindíveis” para o oferecimento da denúncia.
O MPPE informou que o retorno do procedimento policial à 10ª Delegacia de Homicídios busca ampliar a apuração “para alcançar todos os crimes perpetrados e imputar devidamente as condutas aos seus autores”.
Indiciados no caso da morte de Esther Isabelly
A Polícia Civil de Pernambuco indiciou Fernando Santos de Brito, 31 anos, pela morte e ocultação do corpo de Esther Isabelly Pereira, 4 anos. A ex-companheira dele, Uilma Ferreira dos Santos, 33, também foi indiciada por ocultação de cadáver.
Fernando segue preso preventivamente, assim como Fabiano Rodrigues de Lima, 27. Fabiano dividia o terreno onde o corpo foi encontrado, mas, segundo a Polícia Civil, não houve comprovação de dolo por parte dele na ocultação.
A Promotoria Criminal de São Lourenço da Mata pediu, na quinta-feira (4), a prorrogação da prisão temporária de Uilma. O Juízo Criminal deferiu o pedido na sexta-feira (10).
Coletiva
Na úlitma sexta (5), em coletiva, a delegada Juliana Bernat explicou que exames identificaram material genético de Esther na parede e no piso do quarto de Fernando. A delegada não apresentou motivação para o crime e citou apenas relatos sobre comportamento agressivo do investigado, principalmente quando fazia uso de drogas ou álcool.
A Polícia Civil também apura a possível participação de outra mulher que esteve na casa de um dos indiciados na noite do desaparecimento.
Relembre o caso
Esther desapareceu em 20 de outubro, enquanto brincava com os irmãos, de 10, 8 e 7 anos, perto de um campo de futebol no bairro Pixete, em São Lourenço da Mata. Os meninos relataram ter visto um homem encapuzado levar a criança para o imóvel onde Fernando e Fabiano viviam, mas não conseguiram identificar o responsável.
Moradores iniciaram buscas e chegaram ao local onde o corpo foi encontrado, no dia 21, no fundo de uma cacimba. O desaparecimento durou cerca de 21 horas.
O corpo tinha lesões no rosto. Ao lado, havia um preservativo e uma caixa de achocolatado. Perícia do IML apontou traumatismo cranioencefálico provocado por instrumento contundente como causa da morte.
O que diz o MPPE
Ao Diario, o Ministério de Público de Pernambuco (MPPE) confirmou a devolução do inquérito à Polícia Civil. "Nos termos do art. 16 do Código de Processo Penal, a Promotoria de Justiça Criminal de São Lourenço da Mata enviou o Inquérito Policial n° 2025.0479.000590-39 à 10ª Delegacia de Polícia de Homicídios, requisitando diligências complementares e imprescindíveis para o oferecimento da denúncia, a fim de alcançar todos os crimes perpetrados e imputando devidamente as condutas aos seus autores", disse a nota oficial do MPPE.
Além disso, a Promotoria de Justiça Criminal de São Lourenço da Mata informou que, no dia 04 de dezembro, requereu a prorrogação da prisão temporária de Uilma Ferreira, o que foi deferido pelo Juízo Criminal de São Lourenço da Mata, no dia seguinte.
A Promotoria disse ainda que os demais suspeitos se encontram presos preventivamente.