Crise em Jucazinho obriga Compesa a apelar por aumento de carros-pipa do exército
Municípios enfrentam escassez de chuvas e sofrem com falta de abastecimento devido à baixa capacidade do sistema
Publicado: 13/11/2025 às 18:56
Sisterma Jucazinho fica localizado em Surubim, no Agreste de Pernambuco (Foto: Compesa)
Diante da crise no abastecimento causado pela escassez de chuvas, a Compesa, o Exército e a Defesa Civil de Pernambuco deverão ampliar o envio de carros-pipa aos municípios abastecidos pelo Sistema Jucazinho, em Surubim, no Agreste. A barragem chegou à situação critica de contar com apenas 1,28% de sua capacidade.
Na reunião, conduzida pelo presidente da Compesa, Douglas Nóbrega, e pelo secretário de Recursos Hídricos e Saneamento, Almir Cirilo, ficou definido que a Defesa Civil Estadual vai mobilizar os municípios atendidos pelo Sistema para formalizar, junto ao Exército, pedidos de aumento da frota de carros-pipa destinada às áreas rurais e distritos.
Entre as localidades abastecidas por Jucazinho estão Surubim, Casinhas, Salgadinho, Frei Miguelinho, Santa Maria do Cambucá, Vertentes, Vertente do Lério, Toritama, Cumaru, Passira, Riacho das Almas, Bezerros e Gravatá. No entanto, a Compesa não informou quais irão receber a Operação Carro-Pipa.
A ampliação faz parte da Operação Carro-Pipa, coordenada nacionalmente pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. A expectativa é que todos os municípios continuem abastecidos diante das mudanças. Segundo os órgãos, o reforço permitirá otimizar o uso dos recursos hídricos, liberando para o abastecimento urbano a água hoje transportada por caminhões das prefeituras e da Compesa para zonas rurais. A articulação envolverá Defesa Civil, municípios e Exército, antes de ser encaminhada ao governo federal.
Outros sistemas do Agreste registram volumes considerados confortáveis, acima de 87% da capacidade. Sistema Prata (96,38%), Tabocas (87,62%), Pedro Moura Junior (87,10%) e Severino Guerra, ou Bitury (90,49%).
“Minha grande preocupação é sentir mais um cenário se repetir e percebendo que é algo anunciado. A falta de planejamento do órgão que fornece água por atentar-se a informar sobre os baixos níveis de água exatamente nos momentos em que os níveis já se encontram alarmantes. Então a população acaba sendo sempre pega de surpresa. Acaba sendo uma situação de: hoje eu tenho água, mas amanhã talvez eu não tenha”, destaca o professor Adevando Luan, de 27 anos, morador de Bezerros.
“Sabemos que não é a primeira vez que veremos isso acontecer, nem será o último. É uma crise que vai voltar a acontecer, a história vai se repetir e de fato acabamos vivendo sempre a mesma história. Já tivemos cenários bem desafiadores e que estamos ‘acostumados’”, complementa.
Cronograma
O cronograma de abastecimento em Bezerros, Passira, Cumaru e Riacho das Almas passou por ajustes devido à situação crítica da barragem de Jucazinho. Segundo a Compesa, os quatro municípios atendidos por esse sistema estão com novos ciclos de distribuição.
Em Bezerros e Riacho das Almas, a população recebe água durante cinco dias, seguidos por 25 dias de interrupção. Em Passira, o fornecimento ocorre por oito dias e será suspenso pelos 22 seguintes. Já em Cumaru, o calendário passou a ser de sete dias com abastecimento e 23 sem.
Para reduzir os impactos da escassez, Passira, Cumaru e Riacho das Almas recebem água por meio da inversão da Adutora de Jucazinho, a partir da Estação de Tratamento de Água Salgado, cujos testes estão previstos para este ano. Bezerros, por sua vez, será atendida pela Adutora do Agreste, com mais de 90% das obras concluídas e início de testes programado para novembro, e pela Adutora de Serro Azul, já finalizada e em fase de testes.
A ampliação faz parte da Operação Carro-Pipa, coordenada nacionalmente pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. A expectativa é que todos os municípios continuem abastecidos diante das mudanças.
Segundo os órgãos, o reforço permitirá otimizar o uso dos recursos hídricos, liberando para o abastecimento urbano a água hoje transportada por caminhões das prefeituras e da Compesa para zonas rurais. A articulação envolverá Defesa Civil, municípios e Exército, antes de ser encaminhada ao governo federal.
Outros sistemas do Agreste registram volumes considerados confortáveis, acima de 87% da capacidade. Sistema Prata (96,38%), Tabocas (87,62%), Pedro Moura Junior (87,10%) e Severino Guerra, ou Bitury (90,49%).