Ligações clandestinas provocaram choque em pai e filho em Porto de Galinhas, diz inquérito
Um estudante e o pai dele, naturais de São Paulo, foram eletrocutados ao encostar em um poste em Porto de Galinhas, em Ipojuca, em julho de 2024. Eles estavam tentando se proteger na chuva quando receberam a descarga
Publicado: 26/09/2025 às 15:58

Ligações clandetinas e fios desencapados foram identificados por perícia no local (Foto: Reprodução/PCPE)
A Polícia Civil de Pernambuco concluiu, na quinta-feira (25), o inquérito sobre o choque elétrico sofrido por dois turistas de São Paulo que estavam visitando Porto de Galinhas, em Ipojuca, Litoral Sul de Pernambuco. O documento, obtido pelo Diario de Pernambuco, aponta que o acidente foi causado por fios desencapados e ligações clandestinas no poste que alimentava refletores da praça de skate.
O caso aconteceu no dia 16 de julho de 2024. Um estudante de 18 anos e seu pai, de 52, levaram descargas elétricas ao encostar na estrutura metálica de uma parada de ônibus localizada em frente à pista de skate da localidade.
De acordo com o boletim de ocorrência, Pedro Fernandes Cardoso buscava abrigo da chuva quando encostou na estrutura do ponto e caiu no chão, desacordado. Valdeci da Silva Cardoso, ao tentar socorrer o filho, também sofreu um choque e caiu.
Pessoas que estavam no local perceberam que ambos estavam sendo eletrocutados e usaram cadeiras de plástico e pedaços de madeira para afastá-los da estrutura até a chegada do socorro .
O Samu foi acionado por populares e Valdeci foi levado ao Hospital Carozita Brito e recebeu alta no dia seguinte. Pedro, em estado mais grave, foi encaminhado para a UPA de Porto de Galinhas e depois transferido ao Hospital da Restauração (HR), no Recife, onde ficou internado até 18 de julho.
Um parecer técnico elaborado pela Secretaria de Infraestrutura apontou que fios desencapados e ligações ilegais forneciam energia elétrica para a praça de skate. Essa situação provocou uma fuga de corrente elétrica, tornando a estrutura metálica da parada de ônibus energizada.
Após o acidente, equipes da Neoenergia desligaram a rede elétrica e técnicos da Prefeitura de Ipojuca removeram as ligações clandestinas e limparam a caixa de passagem do poste. Segundo o relatório, toda a rede subterrânea da área deverá ser substituída por rede aérea e os postes metálicos serão trocados por postes de concreto, numa tentativa de aumentar a segurança e evitar novos acidentes .
A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar responsabilidades e o caso foi registrado inicialmente como “ocorrência não criminal culposa”. Funcionários da empresa contratada para serviços de iluminação pública em Ipojuca foram intimados a prestar depoimento.
Em resposta à polícia, a Neoenergia informou que a manutenção da iluminação pública é de responsabilidade da Prefeitura de Ipojuca e confirmou que apenas realizou o desligamento emergencial da rede após o acidente .
O laudo técnico ressaltou ainda que a prática de ligações clandestinas é crime, previsto no Código Penal como furto de energia elétrica, com pena de até quatro anos de prisão. Além do risco de vida, essas ligações deixam a rede instável e aumentam o perigo de novos casos.

