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Investigação revela elo entre PCC e o Grupo dos Cartuchos, principal facção de Limoeiro

Considerada principal facção de Limoeiro, Grupo dos Cartuchos é suspeito de controlar braço armado e movimentar mais de R$ 10 milhões

Felipe Resk

Publicado: 20/09/2025 às 11:17

A ação resultou na expedição de sete mandados de prisão e 14 mandados de busca e apreensão/Foto: Divulgação/ PCPE

A ação resultou na expedição de sete mandados de prisão e 14 mandados de busca e apreensão (Foto: Divulgação/ PCPE)

A investigação da Operação Cartuccia, deflagrada nesta semana contra o Grupo dos Cartuchos, facção que domina o território de Limoeiro, no Agreste pernambucano, revela ligações do bando com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior organização criminosa do Brasil.

Segundo relatório do Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (LAB/LD), da Polícia Civil, obtido pelo Diario de Pernambuco, o investigado Marcos Douglas Rodrigues Moura, de 29 anos, que é ligado ao Grupo dos Cartuchos, teve movimentações bancárias vinculadas a “integrantes conhecidos do PCC”.

Um dos alvos da Cartuccia, Marcos Douglas tem antecedentes criminais e já estava preso antes da operação ser deflagrada pela Polícia Civil. Ele é sobrinho de Marcelo Moura da Silva, de 53 anos, conhecido como “Cabeça Branca”, que também está detido e é apontado como o chefão do Grupo dos Cartuchos. Em interrogatório, ambos alegaram inocência.

De acordo com o inquérito, a cúpula da facção, voltada para a venda de entorpecentes, seria formada por familiares de Cabeça Branca. Eles são investigados por organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Grupo dos Cartuchos

Segundo a Polícia Civil, o Grupo dos Cartuchos também é suspeito de controlar um braço armado, envolvido em homicídios na cidade, e teria movimentado mais de R$ 10 milhões nos últimos dois anos. Há suspeita, ainda, de que a facção atue em Bom Jardim e Feira Nova.

O bando entrou na mira da polícia após a prisão de Luara Dayanne Farias Silva, de 32 anos, que foi flagrada com 1,9 quilo de cocaína, no Centro de Limoeiro, no dia 7 de junho de 2023. Nora do líder da facção, ela atualmente tem o paradeiro desconhecido.

O organograma do grupo foi descoberto após a quebra dos sigilos fiscal e bancário da mulher, de acordo com o inquérito. O relatório encontrou uma série de movimentações financeiras que seriam incompatíveis com a renda dos investigados.

Segundo a investigação, o esquema de lavagem de dinheiro envolvia empresas de fachada e operações de “smurfing” (depósitos bancários fracionados ou anônimos). Uma das empresas suspeitas pertence a Duilyo Barros de Moura, de 32 anos, um dos filhos de Cabeça Branca, que também foi alvo da Cartuccia e está na cadeia.

Segundo a Polícia Civil, o empreendimento, supostamente de “serviços gerais”, teria capital social irrisório, de apenas R$ 1, e declarava como endereço uma mansão, em Limoeiro, com piscina e churrasqueira. Aos investigadores, Duilyo alegou trabalhar com compra e venda de carros e disse ter informado o valor de R$ 1 só para constar no registro.

Investigação

Ao todo, a Cartuccia cumpriu 14 mandados de busca e apreensão e seis de prisão temporária – incluindo os de Cabeça Branca, Marcos Douglas e Duylio. Já o sétimo procurado, Rildo Pereira da Silva Júnior, de 36 anos, continua foragido.

Os outros alvos da operação foram: Luís Felipe Gomes Mariano, de 27 anos; Diogo Jorge Alves de Souza, de 32, e Patricia Roberta de Oliveira Ribeiro, de 33. O prazo de detenção é de 30 dias.

Em paralelo, equipes da Delegacia de Limoeiro cumpriram outros três mandados de prisão temporária contra suspeitos de homicídio. Para a Polícia Civil, é provável que esses últimos investigados atuem como “braço armado” do Grupo dos Cartuchos.

Essa ação teve como alvo os investigados Erivaldo Júnior, conhecido como “Tito”; Joseilton Nascimento dos Santos, o “Rato”, e Ernandes Rodrigues Barbosa. Em interrogatório, Erivaldo optou por permanecer em silêncio.

O Diario não localizou a defesa dos investigados. O espaço segue aberto para manifestação.

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