"Não sei por que atiraram na gente. Queremos justiça", diz jovem que estava em carro que furou blitz
Rapaz que preferiu não ter o nome revelado contou que estava no banco do passageiro quando o veículo foi abordado pelo BPTran, na Zona Sul do Recife. Jovem morreu e outro ficou ferido
Publicado: 14/07/2025 às 14:36

DHPP vai investigar o caso (Foto:Arquivo)
Um dos rapazes que estava no carro atingido por tiros disparados pela Polícia Militar, após furar uma blitz, contou sua versão para o caso, que deixou um morto e outro ferido, na Zona Sul do Recife.
Sem mostrar o rosto ou revelar o nome, o jovem concedeu uma entrevista à TV Guararapes, nesta segunda (14), três dias após o fato.
Na noite de sexta (11), o s quatro colegas voltavam de uma “pelada”, quando o Classic prateado passou por uma blitz. A PM alegou que os ocupantes do veículo efetuaram disparos e, por isso, teriam revidado.
Na entrevista o rapaz, que estava no banco do passageiro, ao lado do motorista, declarou: “Não sei por que atiraram na gente.
Somos trabalhadores e queremos justiça”.
Como foi
O jovem contou que foi uma “cena traumática”. Ele revelou que os colegas passaram pela blitz e, na Estrada da Batalha, em Jaboatão, os policiais começaram a perseguição.
“O disparo fatal foi quando carro subiu o meio-fio. A gente parou”, disse.
Ainda conforme o relato da testemunha, os policiais estavam nervosos.
“o policial me botou para fora do carro, me jogou na lama e me algemou”.
Sobre os amigos atingidos pelos tiros, ele lembrou: “Lucas Brendo ( que morreu) sumiu. Não vimos mais ele no carro. A gente ouvia Lucas Ricardo (o ferido) gritando. Depois, a gente descobriu que Lucas Brendo não estava com vida mais”.
Sobre o procedimento do motorista durante a perseguição policial, o rapz contestou aversão de um documento da PM, obtido pelo Diario, que afirmou que os jovens tentaram derrubar um policial da moto.
“Não colocamos em risco a vida deles. A gente não revidou nada . a gente não fez nada”, afirmou.
Depoimento
Ainda na entrevista, o jovem disse que foi para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que ficou com o caso.
No DHPP< no Recife, ele disse que ficou das 23h30 de sexta (11) às 4h40 de sábado (12), até ser liberado.
O rapaz contou que, primeiro, os policiais ouviram o colega dele que estava dirigindo. Em seguida, apresentaram duas armas, que teriam sido encontradas no Classic prateado.
O rapaz foi incisivo ao afirmar que as armas “não eram dos jovens”.
Disse que havia no carro uma arma usada para prática esportiva (air soft).
“O air soft eu confirmo. As outras duas. Não. Não sei mexer em arma de fogo. Não sei se era pistola ou revólver”, observou. Ele ainda questionou: . Com a gente ia atirar em alguém que faz a segurança.
Sobre o que pensar do futuro, a partir de agora, o rapaz declarou: “Disseram que vai ser o nosso depoimento contra o do policial do BPTran”.

