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Denuncia

Sete presos são denunciados por matar colega de cela asfixiado no Recife

O caso aconteceu na madrugada de 21 de maio dentro do Complexo Prisional do Curado, no Sancho, Zona Oeste do Recife

Diario de Pernambuco

Publicado: 30/05/2025 às 15:09

Presídio foi entregue pelo governo em 2024/Hesiodo Góes/Secom

Presídio foi entregue pelo governo em 2024 (Hesiodo Góes/Secom)

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denunciou, na quarta-feira (28), sete presos pelo assassinato do colega de cela Otacílio Alves Frutuozo, de 41 anos, que foi morto asfixiado dentro do Complexo Prisional do Curado, no Sancho, Zona Oeste do Recife. O caso aconteceu na madrugada de 21 de maio.

Segundo a denúncia, obtida pelo Diario de Pernambuco, Otacílio foi asfixiado com um pano e ainda teve o pescoço quebrado. Para a promotoria, a execução foi “meticulosamente coordenada” e tinha como objetivo forçar a transferência dos envolvidos para outra unidade prisional.

No inquérito, os envolvidos alegaram que Otacílio pertencia à facção Comando Litoral Sul (CLS), rival dos colegas de cela, e estaria ameaçando os outros detentos. Os depoimentos, no entanto, foram contestados pelo MPPE.

“Verifica-se que não há qualquer elemento nos autos que comprove que a vítima fosse de facção criminosa, sendo seu único antecedente um processo por violência doméstica”, afirma a promotoria.
Segundo declaração de um policial penal no inquérito, o presídio tem “disciplina mais rígida, não existe a figura do chaveiros e os detentos só passam 2 horas do dia fora da cela, por isso eles querem sair de lá”.


Denúncia

Os denunciados são os presos Ruan Felipe Souza da Silva, de 30 anos; Klebeson Carlos da Silva, 30; Jefferson Santos da Silva, 29; Ivanildo Marques da Silva Junior, 29; Fabricio Alves Gomes Ferreira, 25; Everton Henrique da Silva, 25, e Alisson Guilherme Alves Pereira, 24.


Eles devem responder por homicídio qualificado, por motivo fútil, meio cruel e sem chance de defesa da vítima. “Todos possuem histórico de envolvimento com delitos violentos, reiterados, com expressiva periculosidade”, diz o MPPE. A denúncia ainda não foi aceita pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
Em depoimento, um funcionário do presídio relatou ter ido até a cela 2 do Pavilhão B, para o procedimento de retirar os presos e recolher as vasilhas de comida, por volta das 8h. Otacílio, no entanto, já estava morto.

Segundo a investigação, o preso foi imobilizado pelos colegas Ivanildo e Jefferson, que aplicaram um golpe “mata-leão”, com ajuda de Ruan Felipe. Já Alisson, Klebeson e Fabrício teriam ficado responsáveis por segurar os braços e as pernas da vítima.

Com a vítima imobilizada, Everton teria usado um pano para sufocar o colega, de acordo com o MPPE. Entre os sete denunciados, ele foi o único que negou participação no crime.

“Todos os denunciados permaneceram ao redor da vítima, observando até que ela morresse por asfixia. Ainda na ocasião, mesmo com a vítima já dominada, o denunciado Jefferson Santos da Silva quebrou o pescoço de Otacílio, selando sua morte”, diz a promotoria, na denúncia.

Após o homicídio, os presos ainda verificaram o pulso da vítima, deram banho no corpo e o colocaram em cima de uma beliche. Após o assassinato, parte dos autores foi dormir. Outra ficou jogando dentro da cela.

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