Clouds30° / 30° C
Violência sexual Fernanda Young revela ter sido estuprada e diz que já cortou os pulsos Atriz, apresentadora e escritora conversou sobre a dificuldade em identificar o crime e o sentimento de culpa após a violência

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 02/02/2017 17:48 Atualizado em: 02/02/2017 18:43

Artista estampa a capa da revista Marie Claire do mês de fevereiro. Foto: Marie Claire/Reprodução
Artista estampa a capa da revista Marie Claire do mês de fevereiro. Foto: Marie Claire/Reprodução


A atriz, roteirista, escritora e apresentadora Fernanda Young contou ter sido estuprada na juventude e revelou a dificuldade de reconhecer o crime, além de desbafar sobre o sentimento de culpa que carregou, em entrevista à revista Marie Claire, cuja capa de fevereiro é estampada por ela. Na conversa, a fluminense de 46 anos, mãe de quatro filhos, refletiu também sobre a depressão, doença que a acompanha desde a infância.

"Foi um estupro terrível. Fui violentada em um encontro íntimo com um ex-namorado. Na época, achei horrível, mas levei tempo para entender que foi um estupro. Ele começou a forçar a barra, eu disse que não queria e ele amarrou meus pulsos. Fez sexo comigo dessa maneira. Não sabia para quem contar, tinha vergonha. Achava que a culpa era minha por ter amado essa pessoa. Só percebi que tinha sido estuprada vendo uma cena semelhante em uma série, anos depois", comentou. Fernanda tinha 16 anos à época.

Diagnosticada com dislexia e disritmia cerebral na infância, Fernanda tentou cortar os pulsos aos 10 anos. "Era uma criança muito, muito triste. Nunca ninguém me machucou, minha família não tinha culpa disso", contou durante a conversa. Conseguiu esconder o episódio dos pais, mas a doença - e as medicações para controlá-la - a acompanham até hoje. "Aprendi a lidar com a depressão porque sempre tive amor e humor perto de mim. Por causa dela conquistei muitas coisas", revelou a artista, que se prepara para lançar o 14º livro da carreira. Com o título O piano está aberto, a trama envolve uma mãe de família que toca piano quando se sente triste. "As pessoas que convivem com a doença costumam colocar codinomes porque depressão parece mau agouro. Os personagens referem-se à doença dela como 'o piano está aberto'", conta.

Acompanhe o Viver no Facebook:




Mais notícias

Acompanhe o Diario de Pernambuco no WhatsApp
Acompanhe as notícias da Xinhua