Televisão Por dentro dos sets: Figurinos, efeitos especiais e dublês são peças-chave em Legends of Tomorrow, The 100 e Supergirl

Por: Fernanda Guerra - Diario de Pernambuco

Publicado em: 15/10/2016 13:40 Atualizado em:

Combinação de elementos é a marca dos figurinos de The 100. Foto: CW/Divulgação
Combinação de elementos é a marca dos figurinos de The 100. Foto: CW/Divulgação

A conservação da memória é primordial para a Warner Bros. Localizados em Vancouver, dois prédios armazenam os figurinos de seriados e filmes. "A Warner Bros não vende nenhum figurino. Temos um armazém de roupas enormes para guardar tudo. O ambiente é climatizado. Tomamos cuidado para que nada fique em plásticos de modo que os tecidos possam respirar", detalha a figurinista Vicky Mulholland, que atua em Legends of tomorrow - a segunda temporada estreia no dia 27 de outubro, no Warner Channel. Ela ressalta que um dos pré-requisitos é o ambiente escuro, principalmente para peças de couro e pele.

Em Legends of tomorrow, o figurino de Atom (Brandon Routh) foi o mais caro da série. A primeira roupa custou cerca de US$ 500 mil (R$ 1,6 milhão) para ser confeccionada. Já os outros dois figurinos da segunda temporada custaram a metade desse valor. "Sempre buscamos referências em filmes que gostamos durante a criação”, complementa Vicky, que cita Mad Max como uma delas. Além das inspirações, a figurinista sempre consulta os atores. "São eles que vão usar aquela roupa. Essa série é muito física. Eles exploram muito o físico. Quando construo, gosto de me certificar que eles poderão se mover com fluidez", detalha.

Calças básicas, um casaco e uma jaqueta foram pontos de partida para a elaboração de figurinos de The 100, que se passa 97 anos após uma guerra nuclear. O segredo foi a combinação de elementos idealizada pela equipe da figurinista Allisa Swanson. "A ideia é que não se utilize nenhum tipo de metal, mas queríamos dar um visual para parecer que eles estivessem usando", conta Allisa. Além de lojas de vestuário, a equipe passou muito tempo em ferro-velhos. Até réplicas de placas de carro foram utilizadas, além de couro, pele, plásticos, ferrugem, borracha, cinturões. "Nesta temporada, tivemos que apostar muito em figurino, porque eles já estão no planeta. A gente usou coisas inusitadas, como placas de carro para as vestimentas como armaduras", exemplifica.
Detalhes dos figurinos de Grounders, personagens de The 100. Foto: CW/Divulgação
Detalhes dos figurinos de Grounders, personagens de The 100. Foto: CW/Divulgação


A importância do couro no figurino é também uma questão de logística. Há constantes cenas de chuva na série. "Todo mundo está sempre se molhando. O couro molha, mas não como um tecido", esclarece. Em cenas com maior número de figurantes, por exemplo, ela afirma que a equipe de figurino passa "o dia inteiro secando as roupas".

TÉCNICA
Efeitos especiais e equipe de dublês são setores indispensáveis em seriados de super-heróis. Em Supergirl, a maior parte das cenas de voo são feitas com a técnica do chroma key (fundo preenchido artificialmente). A maioria é realizada pela equipe de dublês. Com a presença de Superman (Tyler Hoechlin), episódio musical e o múltiplo crossover (mistura entre séries), a segunda temporada da série estará mais carregada de efeitos especiais. De acordo com a equipe responsável, o vento - recurso constante da série - é criado via computação gráfica e é um dos principais desafios, devido às capas dos super-heróis. É preciso ajustar a capa como se estivesse embaixo da pessoa voando. "É um pesadelo técnico", afirma um deles.

Adequar tempo e orçamento é outra dificuldade. A equipe de efeitos tem cerca de oito dias para concepção do conceito até o início das gravações de cada episódio. Boa parte das coreografias de lutas de Supergirl são feitas por Simon Burnett e Atlin Mitchell. "É muito trabalho. Sempre há muita preparação, reuniões, coisas no set a serem feitas", resume a coordenadora de dublê. A equipe está na série desde a primeira temporada.

Quando Melissa Benoist chegou na equipe, ela já tinha intimidade com cenas do gênero, mas ganhou mais experiência com o universo. Nesta temporada, a ideia é deixar Kara, personagem de Melissa Benoist, mais no chão. Cenas de velocidade também estão sendo mais exploradas. "Claro que é um show com muitos voos. Mas, no lugar de jogar carros, nós estamos fazendo mais cenas de empurrar os carros pelo chão", antecipa Atlin. A escolha dos dublês parte da coordenadora. "Algumas pessoas lutam melhor, outras dirigem melhor. Todos têm habilidades já definidas", justifica. Para Atlin, o trabalho é dos sonhos. "Melissa é ótima. Aprender coordenação também tem sido ótimo", celebra.

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