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Cinebiografia Guilherme Fontes é aplaudido no Recife em debate sobre Chatô Ator e diretor conversou com a plateia após a projeção do filme no Cinema da Fundação

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 16/12/2015 06:02 Atualizado em: 16/12/2015 15:00

O debate foi mediado por Kleber Mendonça Filho (esquerda). Fotos: Roberto Ramos/ DP
O debate foi mediado por Kleber Mendonça Filho (esquerda). Fotos: Roberto Ramos/ DP
 
Três semanas depois da estreia de Chatô: O rei do Brasil no circuito cinematográfico nacional, Guilherme Fontes veio ao Recife para participar de um debate na Fundação Joaquim Nabuco, onde o filme está em cartaz. O encontro com o público recifense representou um momento positivo para o ator e diretor, que foi bastante elogiado e aplaudido a cada depoimento quando subiu ao palco para conversar com os espectadores após a exibição, com sala lotada. Famoso principalmente por trabalhos em telenovelas e por ter demorado 20 anos para concluir o longa-metragem (orçado em R$ 11 milhões), o artista foi bem recebido no Recife, cidade onde Assis Chateubriand (fundador dos Diarios Associados) iniciou a carreira no jornalismo. O cineasta, que também atua em alguns cenas, afirmou (e demonstrou) que ficou emocionado com a experiência, pois ainda não havia assitido à própria obra ao lado de uma grande plateia.

Chatô continua em cartaz com exibições diárias no Cinema do Museu (Casa Forte) e no Cinemark Riomar. Clique aqui para ver os horários


Trechos dos depoimentos cedidos por Fontes durante o debate:

"Passei esses anos todos sendo vaiado e agora estou sendo aplaudido."

"Minha ideia era montar uma fábula sobre um homem que comandou o Brasil. É um filme que faz a gente pensar. Se fosse um filme quadradão, um épico com nomes de personagens reais, não teria dado certo."

"Eu me senti censurado, inibido e proibido de concluir o filme. A questão da prestação de contas foi uma lenda criada pela imprensa, que me impediu de finalizar o filme. Precisei fazer mais telenovelas para conseguir dinheiro para terminar. Isso ninguém podia me impedir. Sofri dois despejos. Cheguei a achar que meus telefones estavam grampeados. Foi devagarinho e não desisti. O que passou, passou."

"Sempre achei que a mídia é uma prostituta. Ela só se acalma quando você  a compra. Eu não tinha grana para subornar editores, publicar notas de esclarecimento ou contratar uma assessoria de imprensa. Eu não faço esse jogo e paguei um preço altíssimo por isso."

"Levei o filme para os Estados Unidos e o mantive lá durante os últimos 14 anos, com medo de que alguém o retirasse de mim. Meu irmão levou os rolos no avião dentro de uma caixa de madeira, que só poderia ser aberta com um pé-de-cabra. Eu viajei em um outro voo no mesmo dia e não levei o filme comigo porque achava que poderiam confiscar minha bagagem"

"Também tentaram me obrigar a terminar o filme mais cedo, mas eu não queria porque não estava satisfeito ainda. Eu só queria terminar quando estivesse plenamente satisfeito com o resultado. Agora estou redescobrindo o filme a cada dia."



"Na minha opinião, a mídia não é o quarto poder, é o primeiro poder, que chega mais perto das pessoas. Com a internet, todo mundo agora tem esse poder. Só quem podia ter opinião eram os donos dos jornais, os chefes. Com a internet, todo mundo pode ter opinião. A internet transforma cada um de nós em um formador de opinião, sem a censura que existia antes"

"Foi uma louca jornada. Tudo começou com amor e terminou com amor. Eu tinha que acabar bem esse romance. Eu não podia desistir e deixar pra trás o trabalho das pessoas que trabalharam no filme."






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