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A rotina das famílias que se reiventaram para atender idosos em isolamento

Publicado em: 24/03/2020 15:50 | Atualizado em: 24/03/2020 17:23

 (As irmãs Iracilda e Iaracy Pessoa estão sob cuidados da família no período de isolamento. Foto: Arquivo Pessoal )
As irmãs Iracilda e Iaracy Pessoa estão sob cuidados da família no período de isolamento. Foto: Arquivo Pessoal
O governo federal decretou quarentena e isolamento social na última terça-feira (17), com o objetivo de impedir a disseminação do novo coronavírus. O fechamento do comércio, restaurantes e espaços públicos, além do trabalho, quando possível, ser realizado de casa, fez com que as rotinas de muitos brasileiros fossem reinventadas. Em Pernambuco não foi diferente.
 
Myllena Machado vive na Itália e voltou para o Recife em julho de 2019, antes do primeiro caso da Covid-19 ser apresentado na China. Morando com a mãe, Neuza Machado, de 71 anos, Myllena  confessa que convencer a aposentada a ficar em casa não foi uma tarefa fácil.
 
“Inicialmente foi muito difícil porque minha mãe é uma pessoa muito ativa. Ela fazia compras, ia ao banco, na padaria. Tudo sozinha. Meu marido é italiano e ele teve que relatar a situação do país para que ela se conscientizasse e entendesse que o momento é sério e que idosos fazem parte do grupo de risco. Além disso, tenho uma filha de 9 anos, então o cuidado é dobrado. Agora ela passou a fazer atividades pela casa e assim os dias vão passando”, contou a administradora.
 
Na casa da estudante Marina Uchôa, 22, a rotina da família foi modificada para atender as necessidades das tias, que são idosas.
 
“Mudamos a nossa rotina e mobilizamos os outros parentes para que nós possamos ajudar uns aos outros. São quatro irmãs, três delas são idosas e duas estão na minha casa”, contou a universitária.
 
Para Iracilda Alves Pessoa, de 65 anos, ficar em casa passou a ser uma tarefa difícil devido ao isolamento dos familiares. “Essa situação me deixa muito infeliz porque eu gosto de conversar com a minha família, amigos e eu faço minhas coisas sozinha”, contou a aposentada.
 
Marina informou que toda a família está dividindo as funções para atender as necessidades das tias. 
 
“Nós estamos fazendo a feira, comprando medicamentos e ajudando em tudo que elas precisarem. Quem mora mais perto vai revezando as atividades e assim conseguimos cuidar de todas”, contou.
 
No Recife, um grupo de voluntários passou a oferecer ajuda aos idosos e outras pessoas que fazem parte do grupo de risco. As ações são realizadas em torno de atividades básicas como pagar contas, comprar produtos, passear com os animais ou fazer feira. A ONG Novo Jeito disponibilizou entre 50 a 100 voluntários capacitados para atender a demanda dos pedidos. Para acionar o serviço, basta entrar em contato com a organização através do número (81) 98213.1090, seja por ligação ou mensagem no WhatsApp.

  
 
 

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