CARNAVAL

Carnaval 2019 teve queda de assassinatos e roubos; SDS anuncia segundo suspeito no caso das agulhadas

Publicado em: 08/03/2019 18:00 | Atualizado em: 08/03/2019 20:52

Subcomandante geral da Polícia Militar, Cel. André Cavalcanti; secretário executivo da SDS, Humberto Freire; secretário de Defesa Social de Pernambuco, Antônio Pádua; subchefe da Polícia Civil, Nehemias Falcão e chefe de planejamento e operações do Corpo de Bombeiros, Tenente-Coronel Erick Aprígio. Foto: Divulgação /SDS

Apesar do grande quantitativo de cerca de 190 pessoas terem buscado auxílio afirmando-se vítimas de agressões com agulhas em vários pontos do Recife e Olinda, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco afirmou que, segundo o seu balanço da folia de momo, o estado teve um carnaval tranquilo. Ainda de acordo com a SDS, houve redução em todos os delitos, de homicídios a roubos de celular e depredação de coletivos, quando comparados os números em relação ao ano de 2018. Os dados foram anunciados em coletiva à imprensa, na tarde desta sexta (8), com a presença do secretário de Defesa Social de Pernambuco, Antônio Pádua e do secretário executivo da SDS, Humberto Freire; do subcomandante geral da Polícia Militar, Cel. André Cavalcanti; do subchefe da Polícia Civil, Nehemias Falcão e do chefe de planejamento e operações do Corpo de Bombeiros, Tenente-Coronel Erick Aprígio.

Sobre as agressões relatadas por cerca de 190 pessoas, provavelmente por agulhas, o secretário Antônio Pádua afirmou que não enxerga falhas na operação do policiamento ostensivo e que é preciso, primeiramente, verificar se o instrumento realmente foi uma agulha. “É uma situação inédita e, além disso, ainda não temos certeza se de fato as agressões foram cometidas com o porte de agulhas.  Pode ser qualquer outro instrumento perfuro-cortante. Em 2019, aumentamos muito a abordagem de policiais militares nas ruas em quase  200%  e ainda tivemos 450 câmeras espalhadas pela região metropolitana. De toda forma, acreditamos que a análise de toda a situação, incluindo  locais e horários onde aconteceram as agressões, será importante para melhorarmos ainda mais nosso policiamento ostensivo e preventivo. O carnaval, de acordo com nossa programação, vai até 17 de março e, já diante destas  informações, estamos tomando medidas para que isso não aconteça mais em focos de folia ou em qualquer outro lugar do Estado.”, afirma. Medidas que compreendem a intensificação de efetivo e abordagens nos locais mapeados onde aconteceram as agressões.

O secretário anunciou ainda que já está sendo confeccionado um retrato falado do segundo suspeito e orienta as vítimas a procurarem a delegacia para que haja melhor desempenho nas investigações. “Só temos registros, até ontem, de cinco vítimas na delegacia. Hoje, mais duas apareceram, mas precisamos destas denúncias. Temos, inclusive, uma delegacia móvel já instalada no hospital, justamente para que a vítima faça este registro e tente identificar, por meio do retrato falado, quem a agrediu”, afirma. Quanto às investigações, afirmou que é preciso entender todo este conjunto para analisar a melhor estratégia. “Só assim podemos saber se é melhor pulverizar os inquéritos ou fazer um inquerito único em que pese a existencia de vários autores destes crimes”, conclui.
 
O Balanço do Carnaval

Contalibizando dados deste a sexta-feira anterior ao Sábado de Zé Pereira até a quarta-feira de cinzas, a quantidade de crimes violentos letais intencionais (CVLIs), por exemplo, apresentou redução de de 9,2% em relação a 2018 e de 29,5% em comparação a 2017. Foram praticados 79 homicídios, contra 87 em 2018. Em 2017, foram 112 casos. Especificamente no Recife, a quantidade de assassinatos diminuiu de 17 casos em 2018 para 12 em 2019. Em 2017 havia sido 22. Considerando a região metropolitana, por sua vez, a redução deste tipo de crime foi de 17,8% em relação a 2018, passando de 45 para 37. Ao considerar 2017, os números baixaram de 55 para 37.

Em relação às diversas modalidades de roubos, os chamados crimes violentos contra o patrimônio (CVPs), houve uma diferença de 42,2% na quantidade de notificações dde 2018 para 2019: de 1.900 casos para 1.099. No Recife, a redução foi de 45,5%: de 697 para 380 registros. Em 2017, foram computados 768 roubos. Na RMR, as polícias receberam 819 queixas nestes seis dias. Quanto aos roubos e furtos de celular, especificamente,  este número foi 31% menor do que nesse mesmo período em 2018: de 1.689 para 1.165. Em 2017 foram roubados 1.529 aparelhos. O programa Alerta Celular, desenvolvido pela SDS para facilitar a devolução dos celulares roubados, acumulou mais de 3.655 cadastros. Em relação aos assaltos em coletivos, houve queda de 25% de sexta a quarta-feira, com um total de 12 ocorrências notificadas contra 19 em 2018 e 35 em 2017.

De maneira geral, o número de flagrantes realizados pelas Polícias Civil e Militar teve aumento de 59% em 2019, com relação a 2018: de 111 para 176. As detenções também aumentaram, passando de 51 para 118 (131%). Para o Corpo de Bombeiros, a palavra foi prevenção, com o aumento das fiscalizações preventivas em festas com palcos, camarotes e estruturas similares em 72,3%. De 101 para 174. Houve, consequentemente, diminuição das ocorrências atendidas pela corporação. O número de atendimentos pré-hospitalares baixou de 739 para 561 enquanto os salvamentos caíram de 85 para 11. Os chamados para combater incêndios também tiveram queda, passando de 14 para 3. Segundo o Tenente Coronel Erick Aprígio, chefe de planejamento e operações do Corpo de Bombeiros, as reduções expressivas foram consequência do trabalho preventivo. “No litoral do estado, reforçamos o efetivo em cerca de 40% de Itamaracá a São José da Coroa Grande, bem como no interior do Estado, em lagoas e rios, para evitar este tipo de acidente”, afirmou.
 
Menos assassinatos de mulheres nos últimos 15 anos –

Na coletiva, o secretário Antônio Pádua antecipou que fevereiro de 2019 teve o menor registro de homicídios de mulheres em relação ao mesmo mês dos anos anteriores desde 2005, quando se iniciou a atual metodologia de contagem de CVLIs. Com 10 ocorrências, o mês passado teve 62% de queda em contraste com o mesmo período em 2018, que havia computado 26 casos. Ainda sobre mulheres, a lei de importunação sexual foi publicada em setembro passado. Em janeiro de 2019, foram 20 casos e, em fevereiro deste ano (dados ainda sujeitos a atualização), as polícias notificaram 19. Nos focos oficiais de carnaval, em todo o Estado, foram oito queixas, duas delas no foco da folia, com identificação e prisão do agressor. A partir da Lei nº 13.718/2018, a pena para esse crime passou a ser de reclusão de 1 a 5 anos. 

O secretário-executivo da SDS, Humberto Freire, afirma que o fato de a SDS ter adotado um canal  facilitado para que os blocos pedissem reforço fez com que o emprego do efetivo fosse otimizado. “Conseguimos trazer ainda mais segurança do que em 2018 que já tinha tido muita redução em relação ao ano anterior. Foi um carnaval bastante festivo, mas acima de tudo, seguro”, afirmou.

Segundo o secretário Antônio Pádua, o planejamento também foi essencial para a questão da segurança. “Os números atestam um dos carnavais mais tranquilos que nosso Estado já viveu. No trabalho ostensivo, na prevenção por meio de abordagens distribuídas em pontos estratégicos, salvamentos, resgates, inspeções, prisões em flagrante, mediações de conflitos e oferta de serviços, as forças de segurança estiveram em toda a parte. Estamos construindo cada vez melhor os planejamentos operacionais para a segurança do carnaval, tendo iniciado este processo já em novembro de 2018, em um trabalho integrado”, analisa. 

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