Saúde

Secretaria de Saúde notifica primeira morte do ano por suspeita de meningite

Um homem na faixa etária dos 40 anos, residente em Gravatá, faleceu no Recife. Outro caso, de paciente de Caruaru apresentando sinais da doença, está sendo investigado

Publicado em: 16/01/2019 10:30 | Atualizado em: 17/01/2019 08:10

Paciente suspeito de ter contraído a doença faleceu no Hospital Correia Picanço. 
Foto: Annaclarice Almeida/Arquivo DP. (Paciente suspeito de ter contraído a doença faleceu no Hospital Correia Picanço. 
Foto: Annaclarice Almeida/Arquivo DP.)
Paciente suspeito de ter contraído a doença faleceu no Hospital Correia Picanço. Foto: Annaclarice Almeida/Arquivo DP. (Paciente suspeito de ter contraído a doença faleceu no Hospital Correia Picanço. Foto: Annaclarice Almeida/Arquivo DP.)

A Secretaria Estadual de Saúde investiga a primeira morte do ano por suspeita de Doença Meningocócica (DM). Trata-se de uma infecção bacteriana aguda grave que pode levar à meningite e a uma infecção generalizada (meningococcemia). O óbito foi de um homem na faixa dos 40 anos, no dia 6 de janeiro, no Hospital Correia Picanço, Recife. Ele era morador da Zona Rural de Gravatá, Agreste do Estado. Na mesma região, em Caruaru, uma outra paciente foi registrada com suspeita da enfermidade. A mulher, também na faixa dos 40 anos, teve início dos sintomas no dia 4 de janeiro e está internada no Correia Picanço, com quadro estável.

Em 2018, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) notificou 42 casos de doença meningocócica, um aumento de 44% em relação a 2017, com 29 notificações. Em relação aos confirmados, foram 28 em 2018 e 17 em 2017. Já em relação aos óbitos, foram quatro em 2018 e dois em 2017. No primeiro informe epidemiológico de 2019, com dados até o dia 5 de janeiro, há duas notificações de doença meningocócica. No mesmo período de 2018 não foram feitas notificações.

De acordo com o diretor-geral de Controle de Doenças Transmissíveis da SES, George Dimech, apesar do aumento das notificações e confirmações em 2018, não há motivos para apreensão, já que foram registrados casos isolados, sem relação de localidade e período de ocorrência. “A doença meningocócica pode ocorrer durante qualquer período do ano. O papel do profissional de saúde é detectar precocemente um caso suspeito para que as ações de assistência ao paciente sejam tomadas. Além disso, há medidas profiláticas que devem ser adotadas para as pessoas que tiveram contato mais próximo com o caso suspeito, prevenindo, assim, possíveis surtos. Analisando os dados, vemos que esse trabalho de vigilância vem sendo executado pelos municípios, com o apoio do Estado, e resultado no controle de possíveis surtos”, afirma.

Vacinas
Nos últimos anos, o Ministério da Saúde (MS) ampliou a faixa etária do público que pode ser vacinado contra meningite C no Sistema Único de Saúde (SUS). Inicialmente, em 2010, a vacina estava disponível apenas para crianças. Em 2017, foi a vez de agregar os adolescentes. A imunização é feita de rotina, ou seja, está disponível diariamente nos postos de saúde que contam com sala de vacina. Na infância, a vacina meningocócica C deve ser aplicada aos 3 meses de vida e aos 5 meses. Aos 12 meses é feito um reforço, completando, assim, o ciclo em três doses. Ou seja, até um ano de idade a criança deve estar com este esquema vacinal completo.  Para crianças que não receberam o reforço aos 12 meses, a vacina poderá ser administrada até os 4 anos de idade. Já na adolescência, para o público entre 11 e 14 anos, deve ser feito outro reforço ou dose única para quem não tem histórico vacinal.

Só em 2018, o Estado recebeu do Ministério da Saúde 484.188 doses da vacina, uma média mensal de 40,3 mil doses. Apesar de a média necessária ser de 67,2 mil doses, a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Ana Catarina de Melo, diz que Pernambuco está abastecido do imunizante. Em 2018, dados parciais apontam que os municípios vacinaram 266 mil contra a meningite C, o que demonstra que há saldo para quem ainda não foi imunizado. “Precisamos sensibilizar os pais e responsáveis que é preciso completar o esquema vacinal da criança para ela estar protegida. Outro desafio é alcançar o adolescente, que tem mais dificuldade de chegar até o posto de saúde. Só assim podemos evitar casos graves e óbitos nessa população”, afirma Ana Catarina.

Sintomas, Prevenção e Causas

Segundo o infectologista do Hospital Oswaldo Cruz, Diego Guedes, os índices de mortalidade da doença são consideráveis: cerca de 40%. Então, é muito importante procurar auxílio médio ao sinal dos seguintes sintomas: fortes dores de cabeça; dores nas articulações; febre alta acima de 38º; rigidez na nuca, com dificuldade para dobrar o pescoço; náuseas e vômitos; cansaço excessivo e sonolência; intolerância a luz e ruídos, além de manchas roxas na pele. Em casos mais graves, pode acontecer necrose das extremidades. É geralmente, em situações de extremos de idade. Em bebês, é importante ficar atento também à agitação, irritação e moleira abaulada”, conta.

A principal forma de se prevenir é mesmo a vacinação. O contágio acontece pela respiração e o tempo de incubação da doença é de 2 a 10 dias. É importante, portanto, adotar medidas tais quais se toma para evitar até doenças mais simples, como gripes. “Manter sempre uma boa higiene corporal e evitar levar as mãos a boca, olhos ou nariz, principalmente na rua ou ônibus, por exemplo. Em casos de suspeita, deve-se procurar o serviço de saúde que orientará a respeito das medidas necessárias. Caso haja contato com pessoas infectadas, a Vigilância Epidemiológica fará a busca de casos próximos a fim de orientar sobre a medicação preventiva”, afirma. 

A doença meningogócica acontece quando a bactéria Neisseria Meningitidis chega ao cérebro, via corrente sanguínea, e infecciona meninges, membranas que cobrem o cérebro.
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