Educação

Cerca de 210 mil pernambucanos aguardam nota do Enem 2018

A data limite para divulgação dos resultados individuais dos candidatos é 18 de janeiro

Publicado em: 13/01/2019 11:07 | Atualizado em: 13/01/2019 11:21

O resultado individual na avaliação dá acesso às principais universidades do país. Foto: Bruna Costa/Esp.DP.
Depois de dois meses de espera, os candidatos que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018 vão poder conferir o resultado individual na avaliação que dá acesso às principais universidades do país. De acordo com o calendário do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC) responsável pelo exame, a data limite para divulgação das notas é 18 de janeiro. No ano passado, o Inep antecipou em um dia a liberação, então existe a expectativa de que a pontuação de cada estudante possa ser consultada antes dessa data.

O resultado só pode ser acessado pelo próprio participante após informar o CPF e a senha cadastrada na página do participante ou no aplicativo Enem 2018. Já a nota dos treineiros – isto é, dos estudantes que fizeram o exame sem ter concluído o ensino médio – assim como os espelhos da redação só serão divulgados em março, em data ainda não informada. O Enem 2018 foi aplicado nos dias 4 e 11 de novembro do ano passado e avaliou os candidatos em cinco áreas: ciências da natureza; ciências humanas; linguagens; matemática e redação. Em Pernambuco, a nota é aguardada por 217 mil candidatos que participaram dos dois dias de provas.

Com a nota em mãos, os estudantes poderão fazer inscrição no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que deve ter início no próximo dia 22. Enquanto isso, os feras já podem consultar as vagas disponibilizadas pelas instituições de ensino superior na plataforma. Ao todo, 15.094 vagas são oferecidas em universidades e institutos federais do estado. Dessas, 14.284 são disponibilizadas em solo pernambucano, já que das 1.610 vagas ofertadas no sistema pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), 800 são nos campi de Petrolina e Salgueiro. Além de poder concorrer nas universidades de Pernambuco, os candidatos podem pleitear vagas em instituições de ensino superior de todo o país que usam a nota do Enem.

É possível ainda estudar em outros países. Para 2019, por exemplo, mais uma universidade portuguesa assinou convênio com o Inep. Ao todo, 37 instituições de Portugal aceitam o resultado do exame como forma de ingresso. Um levantamento do ano passado realizado pelo MEC revelou que pelo menos 1,2 mil brasileiros já ingressaram em instituições de ensino superior, portuguesas por meio dos convênios do Inep. O mapeamento inédito considerou 23 das 29 IES portuguesas que mantinham o acordo em abril de 2018, data de finalização do estudo. As outras instituições ainda não consolidaram os dados.

O professor de biologia Arthur Costa ressaltou que, com o resultado em mãos, os estudantes conseguirão planejar como será o ano letivo de 2019. “Apesar de o candidato saber a quantidade de erros e acertos após a consulta dos gabaritos, ele não sabe efetivamente a sua nota por causa da TRI (leia matéria abaixo). Com o resultado final, ele saberá se conseguirá cursar a graduação que deseja ou se terá que estudar por mais um ano. É importante lembrar que as notas de corte dos cursos são muito parecidas ano a ano, ou seja, ao acessar a nota, o aluno saberá se ela é suficiente ou não”, explica.

Enquanto a nota não é divulgada, a estudante Maria Clara Maranhão, 18 anos, aproveita para colocar a leitura em dia. “Tenho lido mais livros de literatura que eu não pude ler durante o ano letivo por causa da maratona que foi o terceiro ano (do ensino médio). No dia 18, vou acessar o site do Enem logo cedo para ver como será a minha vida em 2019”, conta a aluna que sonha com uma vaga em direito na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Já Gabriel Alves, de 17 anos, candidato a uma vaga de medicina, aproveitou o período de descanso para viajar. “Minha expectativa em relação à divulgação do resultado do Enem é altíssima. Estou sempre por dentro das notícias sobre o tema e busquei orientação com vários professores sobre a melhor maneira de manusear o Sisu”, afirma.

Metodologia de correção evita "chutes"

Conhecer o método de correção das provas do Enem é fundamental para que os candidatos entendam a nota final do exame. O sistema de avaliação divide a prova em diferentes graus de dificuldade e identifica possíveis “chutes” como resposta. Adotada pelo Ministério da Educação (MEC) desde 1995, a Teoria da Resposta ao Item (TRI) também é aplicada nos países que participam do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), o principal teste educacional do mundo.

A teoria classifica as questões em fáceis, medianas e difíceis baseada em um modelo matemático. Para avaliar se as respostas estão coerentes com o desempenho no restante da prova, a TRI usa três critérios. Entre esses parâmetros, estão a discriminação, que verifica se o participante domina ou não o assunto da questão; o grau de dificuldade, que permite avaliar os estudantes em diferentes níveis de conhecimento, e a possibilidade de acerto ao acaso. É esperado que o estudante acerte uma quantidade maior de itens fáceis, seguidos de medianos e difíceis. Caso esse padrão não seja identificado, a TRI considera que houve “chute”, e a nota final do candidato é menor.

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação do Enem, o propósito é garantir coerência pedagógica. Quando a prova é composta por muitos itens fáceis, a nota máxima será mais baixa, como geralmente acontece com o caderno de linguagens do Enem, por exemplo, nos quais as médias ficam em torno de 500. Já em provas formadas por muitos itens difíceis, a pontuação mínima tende a ser mais alto.

Outra característica da TRI é a escala criada pelo Inep, especialmente para o Enem, que tem como objetivo medir o conhecimento do participante nas quatro áreas avaliadas. Todas as notas são calculadas dependendo do valor de referência, que representa o desempenho apresentado no ano anterior pelos concluintes do ensino médio da rede pública e o valor de dispersão, que diz respeito a uma medida de variabilidade média das notas desses concluintes em relação ao desempenho médio geral. O cálculo das notas segue seis etapas que exigem tripla conferência envolvendo grupos de especialistas em estatística, matemática e psicometria, além de recursos computacionais que reforçam a confiança nos resultados.

A única prova que não segue o método é a de redação, já que é dissertativa e avalia o candidato em cinco competências que valem até 200 pontos cada, totalizando o máximo de mil pontos. O texto produzido pelo estudante é lido por dois professores que avaliam se ele domina a língua portuguesa, se compreendeu a proposta do texto base, defendeu um ponto de vista, construiu uma argumentação e elaborou uma proposta de intervenção para o problema levantado.
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