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Zona Azul suspensa em Carpina

Estacionamento que custava mais caro que no Recife deixou de ser cobrado temporariamente após abertura de inquérito do Ministério Público

Publicado em: 07/12/2018 09:11

Serviço implantado em outubro vem gerando polêmica em função do preço e da abrangência. Foto: Mariana Fabricio/DP
A Prefeitura de Carpina suspendeu a cobrança de estacionamento pelo sistema Zona Azul depois que um inquérito civil foi instaurado pelo Ministério Público de Pernambuco exigindo mudanças no serviço. O estacionamento rotativo de duas horas custa R$ 4 na cidade situada na Zona da Mata. No Recife, por exemplo, são cobrados R$ 3 pelo mesmo período de uso. O MPPE recomendou a interrupção por 45 dias para apurar se o valor é abusivo e ainda cobrou que a prefeitura e a empresa responsável pelo sistema façam outras modificações para atender à demanda dos moradores. 

Uma audiência foi realizada no dia 27 na Promotoria de Justiça da cidade para debater as circunstâncias em que a cobrança está sendo feita. O MPPE solicitou que a quantidade de vagas destinadas ao estacionamento rotativo diminua de três mil reservadas atualmente para, no máximo, mil. “O órgão também deliberou que a empresa contratada para implantação da Zona Azul, IT2B Tecnologia e Serviços, se responsabilize por divulgar para a população as mudanças e os valores através de campanhas educativas”, explicou o promotor Guilherme Graciliano.

De acordo com o promotor, existe a possibilidade de ajuizar a ação civil pública caso a prefeitura não acate as recomendações, ficando a decisão de suspensão por prazo indeterminado a cargo do juiz. À empresa IT2B, o MPPE recomendou apresentar, no prazo de 30 dias, uma planilha de custos que fundamente as tarifas cobradas pelo serviço conforme contrato firmado com o município. O lucro anual estimado da empresa contratada pela prefeitura seria de R$ 6 milhões, caso esses preços sejam mantidos. A cobrança desagradou moradores e comerciantes que reclamam ainda da falta de vagas para deficientes, idosos e carga e descarga.

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) criticou a implantação do serviço comparando com outras cidades que possuem mais habitantes e cobram um valor menor. O município tem população estimada em 82,8 mil habitantes e conta com o mesmo número de vagas de Zona Azul ofertados na capital, que tem 1,6 milhão de habitantes. 

“Estão querendo lotear a cidade em nome de uma empresa. Existe uma desproporcionalidade na cobrança e na quantidade de vagas oferecidas. A cidade de Paulista, por exemplo, tem apenas 760 vagas. É preciso realizar um parâmetro com outros municípios para fechar um valor. Defendemos o ordenamento do trânsito, mas sem prejudicar a população”, argumentou o presidente da CDL de Carpina, Francisco dos Anjos.

Na cidade, foi implantada a Zona Azul Rápida (ZAR), na qual os condutores compram um tíquete a monitores da empresa contratada e recebem uma mensagem pelo celular confirmando a compra com a placa do veículo. Outra opção é realizar o pagamento por um aplicativo. Outra recomendação do promotor é aumentar a quantidade de vendedores, facilitando o acesso da população e que haja a impressão de recibo de compra dos tíquetes eletrônico. Em nota, a prefeitura informou que acatou a recomendação de suspensão e que irá atender às mudanças na operação, feitas na audiência, e que o sistema irá voltar a funcionar normalmente passado o prazo de 45 dias.
 
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