Caso Aldeia

Corpo do médico deve ser enterrado neste domingo

Os restos mortais de Denirson Paes Silva deverão ser levados para o município baiano de Campo Alegre de Lourdes, cidade-natal do cardiologista

Publicado em: 26/07/2018 20:11 | Atualizado em: 26/07/2018 20:34

Foto: Facebook/Reprodução
O corpo do médico e advogado Denirson Paes Silva, 54 anos, encontrado esquartejado dentro da cacimba da própria residência, no condomínio de luxo Torquato de Castro, em Aldeia, no dia 4 de julho, está previsto para ser liberado para sepultamento no sábado. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (26), pela Polícia Civil.  Os familiares da vítima, informaram na quarta-feira (25) que aguardavam a conclusão do exame tanatoscópico, voltado a identificar a causa da morte, para fazer o traslado dos restos mortais para o município baiano de Campo Alegre de Lourdes, cidade-natal do cardiologista. 

Em nota, a Polícia Civil esclarece que os laudos e exames periciais continuam sendo realizados, e sem prazo de entrega, visando colaborar na elucidação do crime.

Nessa quarta-feira (25), a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco negou, por unanimidade, o habeas corpus em prol de Jussara Paes Silva, 54 anos, e Danilo Paes, 23 anos. Esposa e filho da vítima, eles estão presos temporariamente por suspeita de serem os autores do homicídio qualificado. Os dois também vão responder por ocultação de cadáver. 

De acordo com a assessoria de comunicação do TJPE, a 2ª Câmara é formada pelos desembargadores Antônio de Melo e Lima, Mauro Alencar e Antônio Carlos Alves da Silva. A sessão de julgamento aconteceu na quarta-feira, no segundo andar do Palácio da Justiça. No dia 12 de julho, o pedido de liminar de soltura já havia sido negado pelo desembargador Antônio de Melo e Lima. O advogado de defesa, Alexandre Oliveira, informou que, até amanhã, entrará com recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).  

Retorno 
O filho mais novo de Jussara e Denirson, Daniel Paes, 20 anos, que estava na casa dos avós maternos em Campo Alegre de Lourdes, voltou para o Recife na semana passada, mas até agora não visitou a mãe na Colônia Penal Bom Pastor, na Estância, nem o irmão no Centro de Observação e Triagem Everardo Luna, em Abreu e Lima.  

“Converso com Daniel todos os dias e procuro orientá-lo, pela pouca idade que tem. Ele está morando na casa de amigos, que têm ajudado o meu neto no que é possível. E nós estamos aqui, como qualquer pai e mãe estaria numa situação dessas. É algo difícil de aceitar, mas estamos de pé, sofrendo nossa dor”, desabafou o pai de Denirson e avô de Daniel, Francisco Ferreira da Silva, 79 anos. Outros parentes do médico devem chegar ainda hoje ao Recife para aguardar a liberação dos restos mortais do cardiologista.  
 
“Pai de Jussara está prostrado”
De acordo com o pai de Denirson, Francisco Ferreira da Silva, o pai de Jussara se prostrou em uma cama e vem dizendo que a vida não tem mais sentido para ele, desde que soube do acontecido. A suspeita pelo crime é prima e conterrânea da vítima. A mãe de Jussara já é falecida.

“A família de Jussara e a nossa sempre foram amigas. E ainda não tivemos tempo de pensar em uma aproximação. Cada um está sofrendo sua dor. Inicialmente, os irmãos de Jussara não queriam informar o pai deles sobre o que aconteceu. Depois, avisaram apenas que meu filho tinha morrido. Ele ficou muito triste e disse que tinha perdido um filho, como ele considerava Denirson. Em seguida, alguém falou para ele que Jussara era suspeita de ter matado Denirson. Depois disso, ele tem ficado prostrado numa cama e diz o tempo todo que não quer mais viver”, contou Francisco.  

No dia 4 de julho, os primeiros pedaços dos restos mortais do cardiologista Denirson Paes Silva foram encontrados dentro da cacimba de sua residência, localizada no quilômetro 12 da Estrada de Aldeia, no município de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife. Ele estava desaparecido desde o dia 30 de maio, quando supostamente viajaria para os Estados Unidos com a esposa.  

No dia 20 de junho, a principal suspeita, a esposa da vítima, Jussara Rodrigues da Silva Paes, farmacêutica, registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Camaragibe pelo “desaparecimento” de Denirson. Ela e o filho mais velho do casal foram autuados em flagrante por ocultação de cadáver. No dia 12 de julho, após vários dias escavando o poço, bombeiros encontraram a cabeça e o tronco do médico, cobertos por areia e metralha, dentro da mesma cacimba. São essas partes do corpo do cardiologista que estão sendo periciadas. A Polícia Civil vai pedir a prorrogação da prisão temporária dos dois suspeitos por mais 30 dias.  

Em depoimento à polícia em 13 de julho, Jussara disse que não matou o marido e que “colocaram” seu corpo no poço para incriminá-la. Ela afirmou que não pensava em se separar dele – um possível rompimento foi cogitado como motivação da morte –, mas que o casal discutia porque Denirson “era muito seguro” com dinheiro.
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