Apagão

Blecaute atingiu todas as cidades de Pernambuco

No Recife, o trânsito, o transporte, o comércio e o abastecimento de água foram comprometidos

Publicado em: 22/03/2018 07:50

Todos os 184 municípios pernambucanos foram atingidos pelo apagão que suspendeu o fornecimento de energia nas regiões Nordeste e Norte e nos estados de São Paulo e Minas Gerais, ontem, à tarde e no início da noite. No Recife, os reflexos foram sentidos no trânsito, transporte público, comércio e abastecimento de água. A falta de energia - provocada por problemas em linhas de trasmissão no Pará - começou na capital pernambucana às 15h41, segundo a Celpe. O restabelecimento se iniciou às 16h47 e o sistema foi normalizado às 20h35.

No Centro do Recife, comerciantes fecharam lojas mais cedo por medo da violência e ausência de clientes. Nos principais corredores, condutores avançavam até semáforos em funcionamento, desrespeitando pedestres e outros motoristas. Coletivos lotados de pessoas ansiosas para chegar em casa antes de escurecer queimavam paradas. Além disso, todos os sistemas de abastecimento de água da Região Metropolitana foram afetados. 
Klebson Vasconcelos, 33, funcionário de uma ótica na Rua da Matriz, Boa Vista, contabilizava prejuízos. “Temos óculos para entregar aos clientes às 17h e não poderemos atender”, lamentou. Na mesma rua, funcionários de uma distribuidora de lentes permaneceram na frente da loja à espera de uma decisão da gerência. “Vamos ficar até antes de escurecer”, disse a gerente Suelma Alves. 

O atendimento médico também foi prejudicado em hospitais. Glaucineide Maria de França, 60, saiu de sua casa, em Olinda, em direção ao Imip, nos Coelhos, para fazer uma tomografia. Na unidade de saúde, foi informada que não poderia realizar o exame. Na volta para casa, ainda faltou combustível no carro dela em meio ao engarrafamento. 
“Agora não sei como voltar. Vou tentar ir até o trabalho de minha filha aqui perto.”
O apagão também causou confusão nos corredores do BRT. Sem ar refrigerado nem sistemas de informações, as estações também não tiveram acesso pelo Vale Eletrônico Metropolitano. Mesmo assim funcionaram. Nas paradas do Derby e da Guararapes, passageiros se avolumaram nas portas abertas esperando a chegada de veículos à beira das duas faixas de rolamento de trânsito intenso. No corredor Norte-Sul, a estação Hospital Central foi fechada. No Derby e nas avenidas Conde da Boa Vista e Guararapes, usuários recorreram aos ônibus comuns. “Vamos ao Parque Treze de Maio pegar o ônibus”, contaram duas amigas que, apressadas, já haviam caminhado da Ilha do Leite à Conde da Boa Vista.

Quem escolheu o metrô também foi prejudicado. Priscila Frankilin, 26, foi ao Centro do Recife levar o filho ao pediatra e, na volta para casa, encontrou a estação fechada às 16h40. Quase duas horas depois, ainda esperava para pegar um metrô para Jaboatão Centro. Claiton Gomes da Silva, 24, largou uma hora antes do horário normal, mas, como não tinha como pegar o metrô, foi até uma parada de ônibus. De nada adiantou. “Voltei com medo da escuridão”, disse. Segundo a CBTU Recife, o sistema voltou a funcionar às 20h20. Os passageiros que estavam nos trens no momento da queda de energia foram retirados das composições e encaminhados às estações.
 
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