SANEAMENTO Um novo horizonte no Canal do Arruda Obras de requalificação deverão ficar prontas daqui a três meses e serviço de limpeza tem previsão de terminar em dezembro

Por: Marcionila Teixeira

Publicado em: 19/12/2017 09:01 Atualizado em: 19/12/2017 10:12

Emlurb iniciou obras de engorda do talude em trechos mais estreitos do canal para viabilizar a construção das calçadas. Foto: Peu Ricardo/DP (Emlurb iniciou obras de engorda do talude em trechos mais estreitos do canal para viabilizar a construção das calçadas. Foto: Peu Ricardo/DP)
Emlurb iniciou obras de engorda do talude em trechos mais estreitos do canal para viabilizar a construção das calçadas. Foto: Peu Ricardo/DP


A dona de casa Meyriane Maria da Paz, 33, dispensa à rua onde mora os mesmos cuidados que tem com a própria casa. Pela manhã, sob o calor recifense, costuma varrer o trecho da calçada em frente à residência e nunca joga lixo no Canal do Arruda, em frente ao qual mora. 

Meyriane vive na Avenida Professor José dos Anjos há seis anos e acompanha de perto as atuais obras de infraestrutura e limpeza. No trecho onde ela vive, as margens não têm calçadas e as pessoas costumam cair nas águas repletas de lixo. Acidentes com carros também são comuns. 

Ainda não será este ano que ela e outros moradores terão o prazer de passar o Natal em um ambiente melhor estruturado, mas, segundo a prefeitura, as intervenções iniciadas há três meses serão concluídas em março de 2018. Quanto à limpeza, a Emlurb iniciou os serviços em 20 de novembro e deve encerrá-los até o fim do mês.

O órgão iniciou obras de engorda do talude em trechos mais estreitos do canal para viabilizar a construção das calçadas. “Precisamos de 1,2 metro de largura para fazer a calçada e nem todos os trechos têm esse tamanho. Por isso a necessidade da engorda”, explicou José Alves, supervisor de obras. Além desse serviço, está em andamento a construção de 4,8 km de passeios públicos. As intervenções vão custar R$ 1,1 milhão. A expectativa é beneficiar moradores de Água Fria, Arruda, Campo Grande e Beberibe, na Região Político Administrativa (RPA2), que tem 99.074 pessoas.

As obras no talude são alvo de críticas por parte de alguns moradores. “Eles colocam barro durante o dia e de noite, com a maré cheia, o material cede e amanhece rachado”, comentou Rubem leite, 24, mecânico que trabalha em uma oficina na beira do canal. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, “a ação de recomposição do talude em leito natural está dentro dos critérios técnicos de engenharia”.

O trabalho das calçadas, por sua vez, é executado em quatro trechos. O primeiro fica entre a Avenida Beberibe e a Rua Petronila Botelho. O segundo está entre a Rua Petronila Botelho e a Rua Jerônimo Vilela. O terceiro vai da Rua Jerônimo Vilela à Rua Farias Neves e o último entre as ruas Farias Neves e Antônio da Costa Azevedo. A recuperação do talude acontece nos trechos 2 e 3. A área também será beneficiada com implantação de iluminação de LED. Essa intervenção terá investimento de R$ 500 mil. O trecho a ser iluminado será entre a Avenida Beberibe a divisa com a cidade de Olinda.

Para Laudicéa Miranda da Silva, 38, além da ausência de calçamento ao longo da beira do canal, o lixo é outro grande problema. “Eu coloco meu lixo ensacado ali no canto e o caminhão recolhe. Mas vejo muita gente jogar o saco no canal da porta de casa mesmo. Se a gente falar é capaz de ser agredida”, critica. A limpeza, segundo a prefeitura, custará R$ 300 mil.

Anunciado em 2013, o projeto de construção de cinco áreas de lazer e esporte, ciclovia, pista de cooper e quiosques ao longo do canal não vingou, segundo a PCR, por falta de verba. Apenas o primeiro trecho foi licitado, entre a Avenida Norte e a Rua Petronila Botelho, e recebeu dragagem e revestimento.

Maus hábitos
Os canais que cortam a cidade recebem, ao menos uma vez por ano, o serviço de limpeza. Entre os dias 16 de janeiro e 9 de fevereiro, a Emlurb retirou mais de 2,6 mil toneladas de lixo da bacia de drenagem do Vasco da Gama, no trecho de ligação com o Canal do Arruda, entre a Rua Arnoldo Magalhães e a Avenida Norte. O custo dessa intervenção foi de cerca de R$ 300 mil. Em 2016, o Canal do Arruda recebeu a ação duas vezes. O trabalho removeu mais de 4,4 mil toneladas durante aquele ano.


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