Oswaldo Cruz Unidade de Desenvolvimento Infantil atende filhos de mães com zika

Publicado em: 09/08/2017 08:01 Atualizado em:

Uma Unidade de Desenvolvimento Infantil foi criada, dentro do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, para avaliar o desenvolvimento de crianças dos seis meses a três anos filhas de mulheres que tiveram zika na gestação. Esse é o segundo serviço criado no estado para a finalidade e será direcionado a crianças com ou sem microcefalia. Inicialmente, o núcleo atenderá famílias cadastradas no Grupo de Pesquisa da Epidemia da Microcefalia.

Serão acompanhadas 450 crianças na unidade, que começou a realizar os serviços há duas semanas. “O quadro de zika é recente. Sabemos que têm os casos graves, que apresentam paralisia cerebral, epilepsia de difícil controle, e os quadros saudáveis. Mas como será o desenvolvimento de bebês cujas mães tiveram a infecção pelo zika e não nasceram com a microcefalia? É a pergunta que queremos responder”, explicou a neurologista do desenvolvimento Sophie Eickmann. Os pesquisadores querem descobrir, por exemplo, se essas crianças poderão desenvolver autismo ou hiperatividade.

Para isso, será realizado o mais avançado teste de avaliação do desenvolvimento infantil, chamado Escala de Desenvolvimento Bayley. As crianças serão submetidas a estímulos, que determinarão o nível de desempenho, os pontos fortes e fracos. O teste é dividido em cinco domínios: cognição, linguagem (comunicação expressiva e receptiva) e motor (grosso e fino). As famílias atendidas receberão um kit de estimulação de acordo com a idade das crianças, como parte integrante da pesquisa, para atuar de forma ativa no desenvolvimentos dos bebês dentro de casa. Também serão orientadas sobre como usá-los. “É fundamental ensinar às famílias a estimular o desenvolvimento dos bebês em casa. Precisamos do envolvimento desses pais”, explicou Sophie.

A unidade deverá atender uma média de quatro pacientes por dia, 20 por semana, já que o teste é complexo e demanda tempo. E funcionará de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h. No estado, o outro centro do tipo funciona no Hospital das Clínicas da UFPE.

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