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Diario Urbano Livros didáticos do semiárido nordestino têm lições pensadas no Sul e Sudeste

Por: Jailson da Paz

Publicado em: 14/06/2017 07:56 Atualizado em:

Em uma das análises sobre educação e contexto social, o pernambucano Paulo Freire parte da frase “Eva viu a uva”, largamente empregada no processo de alfabetização brasileiro por décadas. Na minha cartilha, Eva foi trocada por “Ivo”. E eu, no Sertão, estava habituada a ver a fruta somente em filmes e livros. Uva era coisa rara, enquanto à frente, em épocas de bom inverno, sobravam umbus e ouricuris. Décadas se passaram e estudiosos nesta terça-feira, no encontro Semiárido e educação: ontem, hoje e perspectivas, promovido pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), denunciaram que a política da “Eva”, do “Ivo” e da “uva” continua. Prevalecem nos livros didáticos distribuídos do semiárido nordestino as lições pensadas no Sul e no Sudeste. Bem distante da realidade de quem enfrenta a seca e que, muitas vezes, nunca se deparou com determinadas plantas da Mata Atlântica ou com um prato polenta exposto, embora disponham da Caatinga e do xerém. Da uva, os habitantes do semiárido já não se ressentem. Essas se tornam comuns com as irrigações, embora o sabor cultural venha da doçura e acidez de espécies nativas.

 

Marcando terreno
A rua está entre as melhores escolas. Para melhorar ou para complicar a mobilidade. Na Rua Padre Inglês, na Boa Vista, para pior. Com a entrada em funcionamento de uma instituição de ensino superior, o comércio informa controla o espaço público. Demarcam vagas de barracas e carros usando bancos e cadeiras.

Exemplo de perto
Inspiração para o comportamento do comércio informal da Rua Padre Inglês vem da próxima Rua Joaquim Felipe, na Soledade. Faça sol ou chuva, o chão da Joaquim Felipe pertence, em grande parte, ao comércio informal. Esse hoje melhor ordenado do que no passado, porém, no descuido dos fiscais, ditando regras.

Além da calçada
Os vendedores da frente do Hospital Agamenon Magalhães, em Casa Amarela, tentam subverter o princípio científico de que dois corpos não ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo. Empilham o que podem junto às barracas, mas cocos e lixeiras “fogem”, ocupando a via dos pedestres e as canaletas.

 

Risco de acidente
Trincada, a mureta do Cais do Apolo, no Bairro do Recife, cai pedaço por pedaço. A degradação se acelerou com as chuvas e o que se vê, no trecho entre as pontes Buarque de Macedo e Maurício de Nassau, são pedaços prestes a cair. Por precaução, melhor para o pedestre é passar distante da mureta.

Falha no tapume
Na falta da madeira de uma das extremidades do tapume, na Rua Professor Jornalista Paulo Bittencourt, Derby, a calçada ganhou novo fim. Pacientes, bem como acompanhantes, das unidades de saúde do entorno descartam embalagens e sacolas no lugar. Há quem faça dele banheiro público.

Nem tanto assim
O projeto que autoriza desligar lombadas e pardais no Recife das 6h30 às 8h e das 17h30 às 19h, aprovado ontem em segunda votação pelos vereadores, pode trazer pouca melhoria ao tráfego. Isso porque, segundo especialistas, o trânsito está bastante saturado em lugares com ou sem os equipamentos.

Festejo solidário
Alunos, pais de alunos e professores do Colégio Motivo deram um caráter solidário aos festejos juninos das quatro unidades da rede no estado. E querem superar a marca de 2016, quando arrecadaram 12 toneladas de alimentos e R$ 23 mil. A arrecadação deste ano vai para instituições filantrópicas.



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