Caso Betinho Estudante pode ser inocentado de acusação de morte de professor do Agnes Perícia realizada pela Polícia Federal revelou que as digitais encontradas em cômoda no apartamento da vítima não pertenciam a Ademário Dantas

Publicado em: 26/05/2017 14:04 Atualizado em: 26/05/2017 15:57

Perícia da Polícia Federal revelou que as digitais encontradas em cômoda no apartamento da vítima não pertenciam a Ademário Dantas.  Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press
Perícia da Polícia Federal revelou que as digitais encontradas em cômoda no apartamento da vítima não pertenciam a Ademário Dantas. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press
O resultado da perícia feita pela Polícia Federal revelou que não era do estudante Ademário Gomes da Silva Dantas a digital encontrada em uma cômoda do apartamento do professor Betinho, morto em maio de 2015. A informação havia sido antecipada nessa quinta-feira pelo Diariodepernambuco.com.br. A Audiência do Caso Betinho está acontecendo na Segunda Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Rodolfo Aureliano.

Diante do resultado, o advogado Jorge Wellington, que atua na defesa de Ademário, vai pedir que o estudante seja inocentado da acusação. Ademário foi indiciado pela Polícia Civil de Pernambuco como um dos responsáveis pela morte de Betinho. Além dele, um estudante de 17 anos também foi responsabilizado pelo crime.


O advogado Jorge Wellington informou que derá entrada na Segunda Vara do Júri, ainda nesta tarde, assim que a audiência terminar, com o pedido de absolvição sumária do seu cliente. "Assim como pedimos que houve um novo confronto, mostrando detalhadamente que a perícia não guardava coerência com restante do bojo probatório, a defesa irá requerer a absolvição sumário de Ademário nos autos desse processo", disse. 


Jorge Wellington acredita que o juiz concederá o benefício, uma vez que não há coerência para acusar mais Ademário. "Ademário é tão vítima do estado, quando Betinho foi do seu verdadeiro algoz, criminoso. Desde o início, estamos convencido da sua inocência, quando ingressamos no processo e fizemos o estudo detalhado nas suas minúncias, analisando as perícias. Verificamos que as perícias, com todo respeito aos papiloscopistas, não encontrava espaço dentro do conjunto probatório do processo para sustentar acusação contra meu cliente", explicou.

O advogado aproveitou ainda para citar o que consideraria "falhas" na investigação que não conseguiu comprovar a participação do seu cliente com o crime. "Posso citar várias, por exemplo, o delegado nunca disse a motivação, nenhum dos moradores do prédio, nem porteiro, nunca viram Ademário. O síndico também disse que ninguém o reconhece como frequentador do condomínio, onde Betinho morava. Não há nenhum ligação do celular de Betinho para Ademário, nem do telefone de Ademário para Betinho", afirmou.  

 

Em entrevista ao Blog Segurança Pública no mês passado, Jorge Wellington afirmou que se o resultado da PF fosse diferente do obtido pelo IITB solicitaria o trancamento da ação. “Essa perícia é infundada. Ademário nunca esteve naquele apartamento. Ele não participou daquele crime. Isso será provado. Vou pedir o trancamento da ação por falta de justa causa”, ressaltou o advogado no mês passado. Entre as dúvidas levantadas pela defesa de Ademário está também a hora exata da morte de Betinho.

Os horários apontados pelo Instituto de Medicina Legal (IML) e pelo Instituto de Criminalística (IC) estariam apontando divergências. Além disso, o Laboratório de Perícia e Pesquisa em Genética Forense foi oficiado para dar esclarecimentos quanto à natureza dos vestígios biológicos periciados. Na audiência desta sexta-feira serão ouvidos o perito criminal Tadeu Moraes e a delegada Alcilene Marques, que fez o relatório de local de crime. O estudante Ademário Dantas também deverá ser interrogado.

Além de Ademário, outro aluno do Colégio Agnes, segundo a polícia, teve participação no crime. O corpo de Betinho foi encontrado despido da cintura para baixo, na noite do dia 16 de maio de 2015, com as pernas amarradas por um fio de ventilador e com um fio de ferro elétrico enrolado ao pescoço. Segundo a polícia, o ferro elétrico foi utilizado para dar pancadas na cabeça da vítima. As digitais do adolescente estavam no ferro e no ventilador. Já as digitais de Ademário estariam em uma cômoda do apartamento que fica no Edifício Módulo, na Avenida Conde da Boa Vista.

 (Com informações do repórter Wagner Oliveira)



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