Fábio Silva Empreendedor social do Recife vai falar sobre voluntariado para o Papa Na audiência, marcada para abril, Fábio vai apresentar as iniciativas criadas no Recife e sugerir que as igrejas católicas incentivem o voluntariado

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 20/03/2017 08:40 Atualizado em: 20/03/2017 08:55

Fábio Silva mobilizou amigos e desconhecidos e arrecadou uma gigantesca quantidade de donativos para os atingidos pelas enchentes. Foto: Divulgação
Fábio Silva mobilizou amigos e desconhecidos e arrecadou uma gigantesca quantidade de donativos para os atingidos pelas enchentes. Foto: Divulgação
Nesta segunda-feira, Fábio Silva, que tornou-se conhecido no estado por sua atuação na ONG Novo Jeito e no Transforma Recife, duas referências de voluntariado, fala sobre a reunião com o Papa Francisco para a qual foi convidado. A entrevista coletiva acontece às 15h, na sede do Porto Social, na Ilha do Leite, no Recife. A audiência com o papa está marcada para abril, quando Fábio vai apresentar as iniciativas criadas no Recife para propagar o voluntariado, e sugerir que as igrejas católicas espalhadas por todo o mundo possam incentivar a prática durante as celebrações.

História - Fábio era um empresário bem-sucedido na área de clínicas odontológicas. Um dia, ao saber da tragédia das enchentes no interior do estado, começou a traçar, sem saber, um outro rumo na sua vida profissional. A partir de uma campanha relâmpago, foi capaz de mobilizar amigos e desconhecidos e arrecadou uma gigantesca quantidade de donativos para os atingidos pelas águas. Hoje, Fábio também é idealizador da Fábrica do Bem, onde prepara projetos de impacto social a pedido de empresas, por exemplo. A ação, inclusive, aumenta a competitividade dos clientes. Seu salário e comodidade são menores que na época das clínicas, mas a satisfação é sem medida. Sua profissão atual? Empreendedor social. O que não implica dizer que deixou de ser voluntário. Por sinal, Fábio defende que as empresas brasileiras deviam contratar o funcionário a partir da carreira social dele. Esse também seria um fator para ascender de cargo. O que falta ao brasileiro, diz ele, não é engajamento nas causas sociais. É estímulo e informação, saber onde é possível ajudar. O Transforma é um caminho, acredita. Nesta entrevista ele também fala sobre duas iniciativas inéditas: o Porto Social e a primeira rede brasileira de empreendedores sociais.

Porto Social - O Porto Social já disponibiliza um novo edital para seleção de incubados em 2017. O processo prevê novidades, como a seleção de empresas residentes e continuidade da incubação de projetos graduados na turma atual. A novidade está disponível desde a quinzena de março.


Entre os projetos sociais inscritos, serão selecionados 35: 25 consolidados,  com mais de um ano de CNPJ, e 10 iniciantes, com até um ano de criação. Eles receberão mentorias e capacitações para desenvolvimento dos projetos. O número é menor do que no ano passado, quando foram selecionados 50 projetos. No entanto, 15 dos que estão se graduando, serão selecionados para permanecerem vinculados ao Porto Social, dando continuidade ao acompanhamento profissional que já vinha sendo oferecido.

Outra novidade é o lançamento oficial do programa de residentes. Empresas consolidadas que atuam com foco no impacto social e ONGS de alto impacto serão selecionadas para ter o espaço do Porto Social como sede. As iniciativas poderão utilizar a estrutura e coworking, além de conviver com a rede de relacionamentos proporcionada pela instituição.

Haverá ainda a categoria Empreendedor Junior, que vai permitir a aproximação de projetos que estão em fase de planejamento inicial. O edital está no site do Porto Social: www.portosocial.com.br e estará aberto até o dia 15 de abril. A nova turma de incubação terá inicio no mês de junho.

Ao longo do primeiro ano de existência do Porto Social, são claros os avanços dos projetos beneficiados. Muitos deles passaram a ter identidade jurídica,organização contábil, planejamento estratégico e relatórios de índices e metas. Tudo fez parte das mentorias prestadas ao projeto.

No caso da AMAR (Aliança de Mães e Famílias Raras), por exemplo, a instituição passou a ter um corpo de gestores, criou um planejamento de expansão para o interior do Estado e conseguiu reunir índices das famílias atendidas de forma a oferecer dados importantes para a criação de políticas publicas à Prefeitura do Recife e ao Governo do Estado.

Já o Instituto Sons do Silêncio se tornou objeto de estudo de diversas universidades do País ao desenvolver técnicas de ensino de música para surdos. Ao se candidatar a uma vaga no edital 2016 do Porto Social, a instituição nem existia. Foi inscrita como apenas um plano, que se consolidou a partir do direcionamento oferecido pelo Porto Social.



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