Carnaval Pitombeiras celebra os 70 anos nas ladeiras de Olinda Ensaio aberto deste domingo foi suspenso por conta da sucessão de comemorações

Por: Larissa Lins - Diario de Pernambuco

Publicado em: 19/02/2017 17:01 Atualizado em: 19/02/2017 18:34

Novo estandarte da troça, que comemora 70 anos neste ano, atrai os foliões. Foto: Rafael Martins/Esp. DP
Novo estandarte da troça, que comemora 70 anos neste ano, atrai os foliões. Foto: Rafael Martins/Esp. DP

A Pitombeiras dos Quatro Cantos segue em clima de comemoração nas ladeiras de Olinda, onde o novo estandarte do clube atrai os foliões. Confeccionada especialmente para este ano, a insígnia foi revelada ao público na última sexta, quando celebradas as sete décadas da agremiação. Neste ano, a Pitombeiras homenageou Cariri de Olinda e contou com a presença dos Papangus de Bezerros e dos Bonecos Gigantes na festa.

Neste domingo, o ensaio aberto do grupo foi suspenso. A sucessão de comemorações do aniversário e a profusão de desfiles e cortejos de outras troças na cidade alta teriam motivado o cancelamento, segundo Maviael Gomes, porta-estandarte do bloco há seis anos. Desde os 9 ele integra o cortejo das Pitombeiras e, na última sexta (17), apresentou aos foliões o novo estandarte - azul e dourado, como manda a tradição.

"O desfile da última sexta contou com sete orquestras, em alusão às sete décadas da troça, e sete estandartes. Também fizemos tributo a ex-presidentes e membros que são símbolos do grupo. Há foliões de mais de 90 anos que não perdem um carnaval da Pitombeiras", diz Maviael.

Criado há 70 anos, a Pitombeira dos Quatro Cantos nasceu quando um grupo de rapazes do Quatro Cantos e do Amparo decidiu percorrer as ruas do Sítio Histórico olindense com galhos de pitombeira, dando origem ao nome da agremiação. A troça histórica tem um dos hinos mais populares da folia de Momo: "Nós somos da pitombeira, não brincamos muito mal. Se a turma não saísse, não havia carnaval", dizem os versos.

"Reza a tradição que o grande embate da Pitombeiras é com o clube Elefante de Olinda. Antigamente, se os dois cortejos se cruzassem na rua, um deles precisava desviar seu percurso. Todas essas curiosidades vêm sendo lembradas nesse período de comemoração", diz Maviael. "Não perdemos uma só edição. Venho todos os anos a Olinda, amo o frevo, amo Pernambuco e a Pitombeiras", exaltou Vanda Buarque, recifense radicada no Rio de Janeiro. 

>> Em Olinda

Janaína (canto inferior esquerdo) brinca todos os carnavais com a sobrinha Clarice, de 5 anos. Foto: Rafael Martins/Esp. DP
Janaína (canto inferior esquerdo) brinca todos os carnavais com a sobrinha Clarice, de 5 anos. Foto: Rafael Martins/Esp. DP

Nas ladeiras olindenses, o carnaval está a mil. Grupos percussivos, troças carnavalescas, maracatus, papangus e la ursas percurrem a cidade alta arrastando multidões. "É uma tradição muito forte no nosso estado, na nossa cultura. Eu e meus amigos, que viraram família com o passar dos anos, sempre nos encontramos no carnaval de Olinda. Minha sobrinha vem à festa desde os sete meses de vida", conta a administradora Janaína Roque Barradas, que passou o domingo no Sítio Histórico, acompanhada por familiares, amigos e pela sobrinha, Clarice, de 5 anos. "Ela é a principal foliã do grupo", brincou Janaína.

Os jovens Thales Rogério, de 14 anos, Marcos Vinícius, 14 anos, e Edilson Souza da Silva, de 10 anos, também compareceram e circulavam pelas ladeiras fantasiados de La Ursas. "Estamos aqui todo ano, desde bem pequenos. É uma oportunidade de sairmos com os amigos, nos divertirmos. Passamos o carnaval todo circulando e brincando por aqui", disse Edilson. Eles peregrinam pelas redondezas e seguem blocos e troças que cruzam seu caminho.

Thales Rogerio (14 anos), Marcos Vinicius (14 anos) e Edilson Souza (10 anos) não perdem nem um carnaval em Olinda. Foto: Rafael Martins/DP
Thales Rogerio (14 anos), Marcos Vinicius (14 anos) e Edilson Souza (10 anos) não perdem nem um carnaval em Olinda. Foto: Rafael Martins/DP

 

 

 



MAIS NOTÍCIAS DO CANAL