Durante as perícias do Instituto de Criminalística na ambulância em que um suspeito de assalto foi executado na noite dessa quarta-feira, foram encontradas impressões digitais que podem auxiliar a polícia na identificação dos suspeitos do crime. De acordo com a Secretaria de Defesa Social, o assassinato é um ato de afronta ao Estado sem precendentes. O delegado Paulo Furtado, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), foi designado para investigar o caso e tem até 30 dias para concluir o inquérito. Ainda nesta quinta, o adolescente de 17 anos suspeito de participar do assalto contra a pizzaria que deixou um policial militar baleado e terminou com a execução do outro assaltante dentro da ambulância foi apreendido em Itamaracá.

Luan Alípio Ramos, de 19 anos e um adolescente de 17 anos são suspeitos de assaltar a Buonna Pizza, na Rua Pontery, no Ipsep, na Zona Sul do Recife, na noite da quarta-feira. Na investida, eles trocaram tiros com o policial militar Rosinaldo Bezerros da Silva, que jantava no local com a esposa e duas filhas. O PM e Luan ficaram feridos e precisaram ser socorridos. Ambos foram levados para a Unidade de Pronto de Atendimento (UPA) da Imbiribeira. Rosinaldo precisou ser submetido a uma cirurgia no Hospital da Restauração, mas sem risco de morte. Já Luan foi transferido para o Hospital Getúlio Vargas e acabou sendo executado dentro da ambulância ao passar pela Avenida Caxangá.

Cinco pessoas já prestaram depoimento a respeito do caso, mas o teor dos depoimentos é sigiloso. Uma equipe do Instituto de Criminalística fez a perícia no veículo e recolheu impressões digitais na tentativa de identificar os autores do crime. O material foi encaminhado para o Núcleo Avançado Pericial (NAP) e dentro de 10 dias um laudo preliminar será divulgado.

O adolescente apreendido foi encaminhado para o Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA). Para esclarecer os detalhes do caso, a Secretaria de Defesa Social convocou uma coletiva de imprensa. O secretário de Defesa Social de Pernambuco (SDS), Alessandro Carvalho, anunciou o delegado Paulo Furtado para investigar o caso e disse estar consternado com a ousadia da execução na ambulância. "Não temos outro registro dessa natureza em Pernambuco e consideramos que foi um ato extremo de afronta ao Estado. Quem fez isso terá a resposta que merece", garantiu.

Sobre a hipótese de policiais estarem envolvidos na execução, o secretario adiantou que nada será descartado. "É prematuro e leviano afirmar, neste momento, que um servidor público teve participação. Se ele teve, será responsabilizado da mesma forma. Quem quer que tenha cometido isso será responsabilizado", disse. Segundo testemunhas, a ambulância foi interceptada por um carro com homens encapuzados que desceram do veículo, renderam os bombeiros e abriram a porta traseira.

Escolta
No dia do crime, a delegada de plantão do DHPP, Vilaneida Aguiar, vistoriou a ambulância e interrogou os bombeiros e testemunhas. A primeira informação era que o médico da UPA que acompanhava o paciente na ambulância teria dispensado a escolta da Polícia Militar. Segundo o secretário da SDS, Alessandro, o médico não tem essa autoridade, mas o delegado Paulo que assumiu a investigação irá analisar essa possibilidade. "Nós temos como regra que uma pessoa custodiada por um criminoso%u200B %u200Bseja transferido com a escolta da polícia, o que não ocorreu nesse caso", contou.