Entrevista No Dia Mundial de Combate às Hepatites infectologista fala sobre tratamento e prevenção Paulo Sérgio Ramos, do Hospital das Clínicas, deu entrevista sobre o assunto para a UFPE

Publicado em: 27/07/2016 21:40 Atualizado em:

Conhecido como Julho Amarelo, este mês foi adotado pela Organização Mundial de Saúde para alertar a população sobre as hepatites virais, pois amanhã (28) se comemora o Dia Mundial de Combate às Hepatites. As hepatites podem ser causadas por agentes virais, doenças genéticas e autoimunes, uso abusivo de remédios, álcool e outras drogas. Elas existem em cinco tipos, sendo as mais comuns no Brasil a A, B e C, esta última a mais grave.

Em Pernambuco, o número de casos tem aumentado. Só no Estado, durante o ano de 2014, 367 pessoas foram diagnosticadas com hepatite C. Já em relação à hepatite B, nos últimos cinco anos, o Estado registrou 240 casos. (O boletim epidemiológico de hepatite C de 2015 realizado pela Secretaria Estadual de Saúde não foi finalizado.)

Pensando nisso, o Hospital das Clínicas, que realiza o tratamento de todas as hepatites, entrevistou o chefe do Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias da unidade, Paulo Sérgio Ramos, para falar sobre assunto. Confira:

Qual a diferença entre a hepatite A, B e C?

A transmissão da hepatite A é pela via fecal-oral, ou seja, ingerindo água ou alimentos contaminados com o vírus. Hepatite A na maioria dos casos se desenvolve sem apresentar sintomas ou com sintomas leves, de forma que não se percebe da infecção. Quando apresenta sintomas, o enfermo pode sentir fadiga, náusea, vômitos, além de olhos amarelados, urina escura e fezes esbranquiçadas. Esse quadro dura em média de duas a quatro semanas.

As hepatites B e C apresentam uma evolução silenciosa, ou seja, a maioria dos indivíduos muitas vezes só apresenta sintomas décadas após a infecção, um quadro de cirrose hepática e maior risco de câncer de fígado. Elas podem ser transmitidas por relações sexuais desprotegidas, sangue contaminado e objetos com sangue contaminado, (como por exemplo agulhas para o uso de drogas, piercings e tatuagens), além de instrumentos utilizados em procedimentos de manicure.

É comum a transmissão de hepatite por meio de alicates e materiais utilizados para fazer a unha?

Não temos como determinar a frequência desta rota na transmissão da hepatite C, mas é um dos meios de contaminação.

Como podemos nos prevenir da hepatite C?

Principalmente, não compartilhando agulhas e seringas que são a principal rota de transmissão, além de sexo protegido através do uso de preservativos e cuidados com a origem dos materiais e na inserção de piercing, confecção de tatuagens e materiais usados em manicures.

Como podemos nos prevenir da hepatite B?

A hepatite B pode ser prevenida por meio da imunização com vacinas já no primeiro ano de vida ou durante qualquer idade em indivíduos suscetíveis a adquirir a doença. Além disso, ter relações sexuais protegidas pelo uso de preservativos, não compartilhar agulhas e seringas e ter cuidados com a aplicação de piercing, tatuagens e materiais usados em manicures. Nesse último caso, de preferência, leve seu próprio material.

Qual é o tratamento utilizado para quem tem hepatite C?

Atualmente, para grande parte dos casos, o tratamento se dá através da combinação de uma ou mais medicações antivirais por via oral e com grandes chances de cura.



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