Indignação Associação pede saída de secretário e denuncia vulnerabilidade de PM baleado em assalto Além do crescimento da violência, categoria aponta falta de estrutura, de respeito e de segurança ao PM baleado em assalto

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 26/07/2016 10:10 Atualizado em: 26/07/2016 10:37

A Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados (ACS/PE) divulga nesta terça-feira uma nota oficial pedindo a saída do secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho. O documento está sendo apresentado esta manhã, durante entrevista coletiva do presidente da entidade, Albérisson Carlos, na sede da associação, no bairro da Madalena, no Recife.

Além do crescimento da violência em Pernambuco, a associação elenca como motivos para a medida a falta de estrutura fornecida pela pasta aos policiais, como coletes a prova de balas vencidos, armas obsoletas, viaturas velhas e com pneus carecas. A categoria denuncia ainda o que chama de falta de respeito com a classe e repudia uma entrevista concedida recentemente pelo secretário, quando teria apontado a PM como suspeita de envolvimento no assassinato de um suspeito após o assalto a uma pizzaria no bairro do Ipsep.

Ainda sobre o caso, a associação se queixa de vulnerabilidade do soldado Rosinaldo Bezerra da Silva, do 6º BPM, baleado  na região frontal da cabeça, no abdômen e no tórax ao reagir à abordagem. O paciente, de 31 anos, estaria internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Restauração (HR) sem qualquer tipo de segurança, recuperando-se de uma cirurgia geral e de um neuro-cirurgia. "Desde então a ACS/PE tem se movimentado e dado todo suporte ao militar e sua família, uma vez que o Governo do Estado que deveria assumir tal função - não está se importando com o PM. Em visita de inspeção, na referida UTI, a ACS/PE constatou problemas estruturais e principalmente de vulnerabilidade para o PM (onde não há segurança para ele), diferentemente quando se trata de bandidos custodiados", diz a nota.


Relembre o caso - Rosinaldo estava na Pizzaria Buonna Pizza, na Rua Potengy quando, por volta das 20h30 do dia 13 de  julho, o estabelecimento foi invadido por dois homens. Segundo testemunhas, os dois assaltantes já chegaram rendendo os funcionários que estavam do lado de fora da pizzaria. São motoboys que costumam ficar na calçada aguardando para fazer entregas. Apenas um estava armado. Eles entraram no restaurante, onde o policial reagiu.

Na troca de tiros o PM e um dos assaltantes ficaram feridos. O segundo suspeito  conseguiu fugir. O militar foi socorrido para o Hospital da Restauração, enquanto o assaltante foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento do bairro da Imbiribeira. Com ele foi apreendido o revólver usado no crime e a pistola do policial. Luan Alípio Ramos da Silva, de 19 anos, recisou ser transferido. Uma ambulância dos bombeiros foi utilizada para fazer o transporte até o Hospital Getúlio Vargas, no bairro do Cordeiro.

Segundo testemunhas, o veículo de resgate foi interceptado por um carro branco. Quatro homens encapuzados desceram do veículo. Eles renderam o motorista e abriram a porta traseira. Vários tiros foram efetuados. Os homens executaram o suspeito. Segundo a perícia do Instituto de Criminalística, o paciente da ambulância foi atingido por dois tiros no rosto.

O médico que acompanhava o paciente é oficial do exército. Ele e os outros ocupantes da ambulâncias prestaram depoimento na sede do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) e, de acordo com a delegada Vilaneida Aguiar, teria solicitado escolta da Polícia Civil e decidido realizar a transferência sem a escolta da Polícia Militar.

O outro suspeito de participar do assalto, um adolescente de 17 anos, chegou a ser aprendido pela polícia nesta quinta-feira. Nesta sexta, no entanto, acabou sendo liberado por falta de provas que confirmassem o envolvimento no caso.



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