Meio ambiente Terreno baldio vira uma horta comunitária em Casa Amarela Moradores de Casa Amarela decidiram mudar o cenário de um terreno que servia de despejo e transformá-lo num local de plantio de hortaliças

Por: Max Felipe - Especial para o Diario

Publicado em: 28/06/2016 20:06 Atualizado em: 28/06/2016 23:09


Para colorir o lado triste de um terreno ocioso com restos de obras despejados no local, um grupo de 15 voluntários do Projeto Casa Amarela Saudável decidiu há dez meses mudar a situação e plantou flores de jasmim, manjericão, orégano, boldo e babosa. A horta comunitária fica na Rua Professor Souto Maior, em Casa Amarela, Zona Norte do Recife. O plantio fica à sombra de uma árvore, conhecida por pé de canteiro de praia, o espaço recebe o carinho e amor dos voluntários para preservar a arborização da cidade.

A ideia surgiu também da necessidade de oferecer uma melhor qualidade alimentar aos moradores e o plantio não recebe agrotóxicos. O roçado tem mandioca, inhame, batata doce, tomate, feijão e milho. Para comemorar a Semana do Meio Ambiente, será realizado hoje um bazar, a partir das 9h, na horta, para arrecadar fundos e ajudar na manutenção.

Os moradores não precisam se preocupar em ir à feira nos finais de semana, mas precisam ajudar na preservação da horta. As pessoas pegam gratuitamente pitanga, goiaba, abacaxi, banana, mamão, por exemplo, além de colaborar com a manutenção. “Todos os dias tiro as folhas amareladas para dar mais força à planta”, contou a artista plástica Betânia Guedes, 54.

Uma das idealizadoras da horta comunitária de Casa Amarela, a estudante Isabelle Santos, 25 anos, lembra como era antes o espaço. “Tudo era degradado, todo o resto de obra era colocado aqui. Concreto e tudo mais, então isso foi acabando com o solo e a gente teve que tomar atitude”, contou Isabelle. Para regar as plantas, uma vizinha se solidarizou e ofereceu a água de sua casa, mas os moradores pretendem solicitar a ligação de água à Compesa para o terreno.

 Para contribuir com o desenvolvimento do plantio, o engenheiro agrônomo Augusto Fernandes, 34, colabora com um minhocário. Ele usou três baldes de plástico para criar o minhocário. “Em geral, são usadas minhocas californianas, “especialistas” em restos orgânicos. Nós colocamos restos de comida e folhas secas. Esse material em decomposição vai servir de alimento para a minhoca, que é um rico condicionador do solo e traz melhorias”, disse.

Com o intuito de produzir o próprio composto que será usado na manutenção das plantas, os restos das podas também são reciclados. “O composto é rico em micro-organismos e outros agentes que vão trazer uma riqueza maior e nutricional para o solo”, completou Augusto. Ele também lembrou da importância das plantas medicinais como a terramicina, artemísia, xambá, boldo, erva-cidreira, entre outras.

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