Por: Larissa Rodrigues - Diario de Pernambuco
Publicado em: 12/04/2016 07:01 Atualizado em:
A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) estima que as chuvas dos próximos três meses não devem melhorar a situação das barragens em colapso. De acordo com o órgão, dois principais fatores influenciam a escassez de chuvas no estado: o fenômeno El Niño, que compromete a formação de nuvens, e o Oceano Atlântico, responsável pelos ventos que respondem a comportamentos térmicos.
Romílson Ferreira da Silva é metereologista da Apac há três anos. Ele explica que tudo que acontece na metereologia tem relação com os oceanos. Segundo ele, o principal fator que faz chover em Pernambuco é a Zona de Convergência Intertropical, uma massa que circunda o planeta, próximo à linha do Equador. Ela é formada pelo encontro dos ventos que sopram do oceano para o continente e se desloca para norte ou sul seguindo a parte mais quente da linha do Equador. “Onde ela estiver, vai fazer chover. Pernambuco está localizado na parte sul do Oceano Atlântico. Se a região estiver um pouco mais fria, as chuvas serão mais escassas no estado”, explicou Romílson Ferreira.
Já o El Niño é definido pelo aquecimento de forma irregular da região equatorial do oceano pacífico, provocando uma alteração da circulação atmosférica. “Isso causa o deslocamento do ar de cima para baixo, inibindo a formação de nuvens, que em geral acontece quando o ar segue no sentido oposto”, destacou o meteorologista.
Ainda de acordo com Romílson, a previsão de pouca chuva não significa que não vai chover nada. Mas, em locais onde o abastecimento já esteja com problema, a tendência é continuar com problema. “O déficti hídrico pode melhorar, mas não vai resolver de forma definitiva a situação”, completou.
