Investigação Delegado ouve testemunha e mãe suspeita pela morte do filho em Sirinhaém Menino de três anos sofreu traumatismo crânio-encefálico e não morreu por asfixia, como acreditava-se

Publicado em: 04/11/2015 07:24 Atualizado em: 04/11/2015 09:32

Depois que o corpo de Paulo Henrique foi recolhido, população queimou o brinquedo. Foto: Reprodução/ TV Clube
Depois que o corpo de Paulo Henrique foi recolhido, população queimou o brinquedo. Foto: Reprodução/ TV Clube
O delegado de Sirinhaém, Carlos Veloso, pretende ouvir na manhã desta quarta-feira, mais dois depoimentos sobre a morte do menino Paulo Henrique Ferreira, de três anos de idade, encontrado sem vida no domingo passado, dentro de um pula-pula instalado numa praça de Barra de Sirinhaém, Zona da Mata Sul de Pernambuco. Foram intimadas a mãe da criança, Patrícia Maria da Silva, de 24 anos, e uma mulher, de nome não revelado, que teria visto o momento em que o garoto entrou no brinquedo.

A polícia acredota que Paulo tenha sido vítima de espancamento e não asfixia, como foi ventilado inicialmente pela polícia. A mãe também passou a ser investigada como a principal suspeita do crime. Ontem, o delegado Carlos Lopes fez nova ouvida da mulher para esclarecimentos. A conclusão da polícia surgiu a partir do resultado do laudo do Instituto de Medicina Legal (IML). O documento apontou que a criança morreu em virtude de um traumatismo cranioencefálico e raquimedular, o que significa pancadas na cabeça e na coluna vertebral. Para o delegado, o corpo da criança provavelmente foi colocado dentro do brinquedo. “O pula-pula não tem instrumento pérfuro-contundente, é feito de lona e plástico, então a criança não poderia ter se ferido na brincadeira”, explicou.

No segundo depoimento, a mãe de Paulo Henrique Ferreira voltou a negar participação em qualquer espancamento do filho. Em entrevista à TV Clube/Record, Patrícia deu sua versão sobre o que pode ter acontecido. “Para mim, deve ter pau. Acho que na primeira pancada que deram, ele desmaiou”. A mãe do garoto também não foi ao sepultamento. Segundo o delegado, a mulher entrou em contradição quando disse que estava catando latinhas quando o filho desapareceu. “Uma criança de dez anos disse que brincava com o menino no pula-pula enquanto a mãe bebia em um bar próximo. Depois o menino deixou a criança com ela e foi embora.”

Carlos Lopes disse, ainda, que uma adolescente com 17 anos afirmou que o menino não estava no pula-pula quando ela ajudou a fechar o brinquedo, pertencente a Maria Nazaré Bezerra, 50, também ouvida novamente na manhã de ontem. “A perícia cadavérica foi esclarecedora porque até então a culpa recaía sobre a proprietária do brinquedo”, afirmou. Nos interrogatórios foi possível descobrir que o brinquedo era pequeno, um quadrado inflável de 4 x 4 metros que é desinflado no final do dia e coberto por uma lona grossa. Não teria como alguém desinflar, dobrar e redobrar e não ver que tinha uma criança dentro”, completou. Também foram ouvidos ontem o pai de Paulo, Clebson Ferreira, além da criança de dez anos e da adolescente de 17 anos.



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