Esta tarde Passeata, protesto e reunião sobre estupro na UFPE

Publicado em: 30/09/2015 14:44 Atualizado em: 30/09/2015 14:59

Foto: Reprodução/ Facebook
Foto: Reprodução/ Facebook
Estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) realizam, no início da tarde desta quarta-feira, um ato por mais segurança e em protesto ao estupro recentemente sofrido por uma universitária dentro do campus Recife. A concentração teve início ao meio dia em frente ao Restaurante Universitário. De lá, os manifestantes seguiram em passeata até o prédio da reitoria.

Esta tarde, uma comissão deve ser recebeida pela reitoria para a apresentação desta e de outras pautas de reivindicação."O presente ato vem como um grito construído e vomitado por todas as companheiras - e simpatizantes - para exigir adequações do campus a nossa realidade e políticas práticas de segurança para além do Campus, incluindo entornos e proximidades das casas estudantis, além de pautas mais específicas, como a questão da burocracia do apoio às mulheres que sofreram algum tipo de violência ser extinto ou suprido por programas de assistência autogestionados por nós", diz o texto publicado pelos organizadores do evento em página no Facebook.

 

O relato sobre um assalto seguido de estupro sofridos por uma estudante da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) nas proximidades do campus Recife trouxe à tona uma rotina de insegurança e violência na localidade.O texto, postado nas redes sociais traz o depoimento da vítima que, além de denunciar o caso e cobrar providências pelo Facebook, também prestou queixa na 1ª Delegacia da Mulher, no bairro de Santo Amaro.

O caso aconteceu por volta das 20h do dia 29 de agosto. Depois de descer de um ônibus às margens da BR-101, no caminho para seu apartamento, no Engenho do Meio, a estudante foi abordada pelo suspeito, que pediu a mochila e disse que estava armado. Mesmo após entregar os pertences,a jovem continuou sendo seguida pelo assaltante, que colocou um braço sobre seu ombro, para não levantar suspeitas. Ao passar pelo terreno da UFPE onde fica instalada a antena da Rádio Universitária AM, o agressor estrangulou e estuprou a estudante, que se fingiu de morta para que o suspeito fosse embora para procupar ajuda. Além do trauma, a universitária ficou com vários hematomas pelo corpo, teve derrame ocular. Com medo, decidiu voltar para a cidade onde a família mora e desistir de estudar.

Em agosto deste ano, o Diario relatou a rotina de medo na UFPE, apontando que, pelo menos cinco mulheres poderiam ter sido vítimas de estupro no entorno do campus desde o ano passado. Um homem identificado como Geraldo Vieira da Silva, 34 anos, seria o responsável pela sequência de crimes. Ele foi detido pela Polícia Civil depois de ser reconhecido por duas das vítimas, uma delas estuprada na última terça-feira. Nos arredores do Campus Recife, o clima é de insegurança. Até o fim do ano, a universidade irá instalar câmeras para coibir a ação de criminosos, inclusive no entorno do campus, e trabalhará juntamente com a Secretaria de Defesa Social.

A UFPE divulgou uma nota sobre o último caso. Confira o documento na íntegra:

A UFPE, diante da agressão sofrida por uma de suas estudantes de Biomedicina, em 29 de agosto, vem a público informar os seguintes fatos:
Após o lamentável episódio, a estudante procurou a direção do Centro de Ciências Biológicas, sendo então acolhida pela diretoria do centro e pela coordenação do curso.  A estudante foi imediatamente encaminhada ao Hospital das Clínicas, onde foram realizados os primeiros exames.
Desde o dia 1º de setembro, ao tomar conhecimento da ocorrência, a Superintendência de Segurança Institucional (SSI) da UFPE iniciou as investigações para verificar com precisão o que de fato aconteceu, sempre trabalhando em parceria com a delegacia da Várzea. A SSI vem acompanhando toda a ocorrência junto à Delegacia da Mulher. O boletim de ocorrência foi registrado pela estudante no dia 16 deste mês.
Entre os dias 2 e 14 de setembro, a Pró-Reitoria para Assuntos Estudantis (Proaes) esteve em contato permanente com a estudante e ofereceu apoio psicossocial. Em 9 de setembro, a estudante também foi ouvida por membros do Gabinete do reitor.
A UFPE lamenta profundamente a agressão sofrida pela estudante e esclarece que tem 193 vigilantes terceirizados e 300 servidores federais dedicados à segurança institucional, 12 carros e 13 motos voltados à proteção da comunidade acadêmica e do patrimônio dos seus três campi, em um esforço integrado com os órgãos de segurança pública do Estado.

Infelizmente, todo esse aparato não foi suficiente para impedir a covarde agressão. Além de prestar toda a assistência possível à vítima, a UFPE reafirma seu compromisso em aperfeiçoar pessoal e estratégias de segurança dos campi.

 



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