Pedestres Passarelas em péssimo estado representam risco aos usuários

Publicado em: 09/09/2015 07:15 Atualizado em: 09/09/2015 07:17

O pedestre que depende de uma passarela para se deslocar entre pontos extremos não precisa apenas que o equipamento exista, mas que funcione adequadamente. É aí que os problemas começam. O Diario percorreu três passarelas na área urbana do Recife e constatou a dificuldade diária de quem usa equipamentos danificados. Dos três casos - passarela da Herculano Bandeira (Pina), do Hospital Pelópidas da Silveira (Curado) e do Hospital das Clínicas (Cidade Universitária) - a do Pelópidas é a mais preocupante.

Instalado para funcionar de forma temporária desde janeiro de 2012, o equipamento permanece provisório há 44 meses. O aluguel mensal é de R$ 20 mil, o que significa, até agora, cerca de R$ 880 mil. O valor é quase metade do custo de uma passarela permanente que, de acordo com o Departamento de Estradas e Rodagens (DER), poderia ser construída por R$ 2 milhões.

Apesar do valor gasto mensalmente, a passarela não oferece as condições necessárias de segurança. O piso de madeira apresenta pelo menos oito buracos e não há nenhum tipo de iluminação. Os pacientes e funcionários do hospital é que sofrem. O aposentado Luís da Silva, 62, vem de Vicência, na Mata Norte para ser atendido no Pelópidas Silveira e caminha com medo dos buracos. “À noite é duplamente perigoso, porque a iluminação não está funcionando. Podemos tanto cair quanto sofrer algum tipo de violência”, explicou.

Outros, como a aposentada Maria Alvina Santana, 65, pega um segundo ônibus quando chega ao pé da passarela, para que ele a leve até a outra faixa da pista. Segundo policiais militares que trabalham no local, é comum os pedestres ficarem pendurados pela perna nos buracos. Já a travessia da BR está fora de cogitação, especialmente pela altura do muro que separa as duas faixas.

A menos de seis quilômetros dali, outra passarela torna-se um risco para vida dos pedestres que buscam o serviço de saúde pública, dessa vez no Hospital das Clínicas (HC). Os corrimões da estrutura estão faltando, um dos dois elevadores está quebrado há mais de oito meses e a violência assusta os pedestres à noite. “Faço tratamento de câncer no HC há doze anos e passo por aqui quase diariamente. E de todos os problemas, garanto que o pior é a falta de segurança. Fui assaltado na última semana e, como não tinha dinheiro, o ladrão jogou meus óculos na pista. Sem eles, nada enxergo”, contou Cláudio Almeida, 79.

Já na passarela do Pina, instalada há sete anos, o problema principal é com as escadas rolantes. Quebradas, elas dificultam a travessia.


Providências - A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou por meio de nota que a passarela da BR-232 foi instalada com o intuito de facilitar a travessia de funcionários e pacientes da unidade enquanto um equipamento permanente não era construído pelos órgãos responsáveis pela administração da rodovia. Ainda segundo a SES estãosendo negociados com a empresa responsável os reparos na estrutura.
A BR-232 se encontra atualmente sob a tutela do estado. A Secretaria de Transportes aguarda recursos para a triplicação do trecho, que inclui a área da passarela. Mas não há prazo.

Em relação à passarela do Hospital das Clínicas que corta a BR-101, o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) informou que a empresa contratada para realizar a restauração de sua estrutura não cumpriu com as obrigações assumidas. Diante disso, o DNIT está tomando as medidas administrativas cabíveis para rescisão do contrato, a fim de posterior contratação de nova empresa responsável através de licitação, processo este que ocorrerá provavelmente em caráter emergencial.

Para a manutenção exclusiva dos elevadores instalados na passarela, há contrato em vigor com repasse mensal de R$ 2.965,66. A empresa que realiza sua manutenção já foi acionada.
Em relação à passarela da Herculano Bandeira, no Pina, a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) afirmou que as escadas foram depredadas e que o órgão aguarda recursos para consertá-la.



MAIS NOTÍCIAS DO CANAL