Urbanismo
Após oito anos de reforma, Basílica da Penha reabre neste domingo
Publicado em: 01/07/2015 16:56 Atualizado em:
Basílica de Nossa Senhora da Penha. Foto: Bruna Monteiro/DP/D.A Press |
Na ocasião, a igreja será consagrada para que possa voltar a realizar os cultos religiosos. Entre os rituais estão a dedicação da igreja e do altar a Deus. Dom Fernando vai derramar sobre o altar o óleo do Crisma e o ungirá. Em seguida, fará a unção das paredes marcando as cruzes dispostas nos muros com o sinal da cruz. Um fogareiro será colocado no altar, onde o arcebispo irá depositar incenso sobre as brasas, que serão colocadas no turíbulo (vaso metálico usado nas cerimônias litúrgicas para queimar o incenso) para dar início ao rito de incensação do altar e de todo o templo. Concluído esse momento, o altar será limpo e decorado com toalha, flores, castiçais e crucifixo. A última etapa do cerimonial será a iluminação da basílica. Todas as velas e luzes serão acesas, concluindo o rito. Em seguida, as portas do tempo serão abertas pelo arcebispo e as chaves serão entregues ao reitor da basílica. Logo após, a missa seguirá como de costume.
A igreja foi construída entre os anos de 1870 e 1882. O estilo coríntio a torna única na capital pernambucana. Ela é um exemplar acadêmico da Basílica de San Giorgio Maggiore (São Jorge Maior) construída pelo arquiteto Andrea Palladio, na cidade de Veneza, Itália, e conterrâneo do autor do projeto da Basílica da Penha, frei Francesco. A edificação tem planta baixa em cruz finalizada por semicírculo e fachada neoclássica com estatuária em mármore no exterior, como a de Nossa Senhora da Penha. A descoberta foi fruto de estudos realizados pelos professores e restauradores antes do início do restauro.
As portas de entrada foram entalhadas pelo artista plástico italiano Valentino Besarel em madeira, com alto relevo e recobertos com cobre. Ele também esculpiu o coro alto, os púlpitos, o trono do acima do altar-mor, as imagens de mármore branco de Santo Antônio e São Francisco e o painel abaixo do altar da Virgem. O templo conta também com murais de Murillo La Greca e vários afrescos de Bottazzi decorando os forros da nave central.
As intervenções ajudaram a chamar a atenção para o painel de mosaico vitrificado feito pela Società Musiva Veneziana, na Itália. A relíquia permaneceu no anonimato por ter perdido o brilho com o tempo. A beleza do ornamento foi revelada após limpeza feita pelos restauradores. A obra retrata a aparição de Nossa Senhora a Simão, pastor de ovelhas, que, segundo a tradição, seria devorado por um crocodilo e foi salvo pela mãe de Jesus.
Desde que as obras tiveram início, no dia dois de setembro de 2007, as cerimônias e a tradicional bênção de São Felix ocorriam no pátio ao lado do templo. Os serviços foram orçados em mais de R$ 6 milhõe, com recursos obtidos por meio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Prefeitura do Recife, Lei Rouanet e da contribuição dos devotos.
As obras não terminaram. As torres sineiras ainda aguardam reparos. Há rachaduras e foi constatado o desprendimento do reboco. Por precaução, elas estão escoradas. Esses problemas não causam risco à nave central. Por conta disso, a Secretaria Municipal de Defesa Civil atendeu ao pedido dos frades capuchinhos, que a administram o templo, e permitiu o uso de dois terços da área da nave para as cerimônias religiosas. Rampas de acessibilidade estão sendo construídas com dinheiro obtido a partir de campanhas feitas com os fiéis. A previsão é que estejam prontas em três meses.
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