Ganhe o mundo Um sonho e vários destinos

Por: Tiago Cisneiros

Publicado em: 29/06/2015 08:45 Atualizado em: 09/07/2015 23:20

O que há em comum entre Garanhuns e o Canadá? Entre São José do Belmonte e o Chile? Entre o Recife e o Uruguai? Entre Camaragibe e a Nova Zelândia? E o que há de diferente? Em alguns meses, as respostas para essas questões estarão na ponta da língua de jovens estudantes da rede pública de Pernambuco. Selecionados para o Programa Ganhe o Mundo, do governo do estado, eles vão passar um semestre no exterior estudando, conhecendo novas culturas e aprimorando o domínio de uma segunda língua. Nos últimos meses antes do embarque, a ansiedade, o friozinho na barriga, o medo de sair de casa vão ganhando espaço na cabeça dos futuros intercambistas. Nada, no entanto, que seja capaz de abalar a felicidade proporcionada pela viagem – para alguns, a primeira para fora de Pernambuco. Felicidade que é retratada em risos fáceis, na falta de palavras e até na construção de planos para o ensino superior. Conheça, a seguir, as histórias de alguns desses estudantes que, no início de 2016, estarão de volta a Pernambuco, com muita coisa para contar. Talvez até em inglês ou espanhol...
 (Arquivo pessoal/divulgação)

Abrindo as portas para o futuro

A história de superação de Thalita pode servir de exemplo para Yan Marques Serafim, 17, estudante do 2º ano na Escola de Referência em Ensino Médio Dom João da Mata Amaral, em Garanhuns. No fim de agosto, graças ao Programa Ganhe o Mundo, ele sairá pela primeira vez do Brasil, rumo ao Canadá, onde deverá ficar, pelo menos, até janeiro. E, mesmo antes da “estreia” internacional, já constrói planos para o nível superior. “Desde pequeno, queria estudar fora, até pensando em universidades como Harvard. Quem sabe, agora, eu não possa abrir portas para o futuro?”, diz.

Nascido em São Paulo, Yan foi orientado a vir morar no Nordeste, terra natal da família, devido a problemas respiratórios. Aos 8 anos, chegou a Garanhuns, onde mora com a irmã mais nova e a mãe. Ela, aliás, foi uma das motivações para o garoto se candidatar ao Ganhe o Mundo. “Há uns três anos, vi uma faixa na escola mostrando os alunos que iriam viajar. Desde então, tive a intenção de participar e ser um orgulho para minha mãe”, conta. Pelo jeito, funcionou. A auxiliar de limpeza Cícera Marques aproveitou a entrevista com o filho para dar o recado: “Ele também é um ótimo judoca e já ganhou duas menções honrosas na Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas (Obmep)”.

Segundo Yan, apesar das preocupações ligadas à viagem, a mãe sempre deu forças para a realização do sonho de estudar no exterior. “No dia em que vi a faixa no colégio, perguntei se ela deixaria que eu fosse. Ela disse que eu poderia ganhar o mundo. Agora, estou ganhando”, comemora o garoto, ressaltando que sempre gostou da língua inglesa e que pretende aproveitar o intercâmbio para aprimorar o domínio. “Quero muito aprender lá fora, porque ter isso no currículo será ótimo para mim. É até difícil explicar o que está acontecendo. Não tenho palavras, mas espero que dê tudo certo. Vou me esforçar ao máximo”, promete.

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