Interessados devem postar no Facebook e/ou Instagram fotos de um abraço, usando #AbraceSuaMae, como forma de estimular as doações para a Associação Saúde Criança (ASC). Foto: Reprodução/ Divulgação

São incontáveis, grandiosos e ao mesmo tempo singelos os motivos para abraçar nossas mães. Mas, uma campanha que ganhou força nas redes sociais em todo o país mostra mais uma motivação nobre. A campanha #AbraceSuaMae estimula as pessoas a postarem no Facebook e Instagram fotos do gesto de carinho como forma de estimular as doações para a Associação Saúde Criança (ASC). O projeto "Eu Acredito" pretende fortalecer a iniciativa e firmar parcerias, além de aumentar o número de pessoas impactadas pela iniciativa.

Sete vídeos foram criados pelo jornalista Edmar Figueiredo, voluntário da instituição, mostrando os depoimentos de mães atendidas pela associação, que atua no tratamento de doenças graves que acometem as crianças, mas também oferecem apoio paralelo às famílias, para que deixem a linha de pobreza. A ideia é que, muitas vezes, além dos fatores biológicos, a doença é causada por problemas relacionados à pobreza, por isso, a entidade atua no cerne da inclusão social, promovendo o desenvolvimento humano. São histórias tocantes de vida, superação e provas vivas do poder do amor incondicional de uma mãe e do abraço de voluntários e instituições que mudam vidas de mães, filhos, famílias. Neste sábado, uma caminhada na Praia de Ipanema também vai divulgar a campanha, estimulando as postagens com a #AbraceSuamãe, seja de imagens recentes ou antigas.

Em todo o Brasil, em 23 anos de atuação, a ONG já ajudou 50 mil famílias. Em Pernambuco, o Saúde Criança atua em parceria com a Associação dos Amigos da Pediatria (AAP) do Hospital da Restauração (HR). Em oito anos, mais de 400 pessoas foram beneficiadas. Atualmente, 33 famílias pernambucanas são atendidas, a maioria na Região Metropolitana do Recife (RMR), mas com casos também no Sertão do Estado.

Assistente social Edine Cabral é responsável pela gestão de atendimento do projeto em Pernambuco. Foto: Arquivo Pessoal

"Com o Saúde Criança nós fazemos um atendimento que engloba cinco áreas: saúde, educação, moradia, profissionalização e geração de renda. O objetivo é a promoção social dessas famílias, que são mobilizadas durante um período até que promovam seu auto-sustento e melhorem sua condição social, o que afeta diretamente o paciente. Para aquela criança estar bem, o contexto familiar precisa estar bem", explica a assistente social Edine Cabral, responsável pela gestão de atendimento do projeto.

Segundo ela, o perfil das crianças é de pacientes com doenças neurológicas ou clínicas, algumas geradas por traumas, todas que tenham recebido atendimento no Hospital da Restauração. Normalmente, as famílias são encaminhadas pela equipe de saúde, que detecta uma vulnerabilidade, uma dificuldade de tratamento pós alta. Verificamos se o caso enquadra-se na nossa proposta e elaboramos um planejamento familiar, que atua em paralelo à questão da doença, por meio da educação, informação, oficinas, encaminhamentos para cursos e programas de apoio oferecidos pelos governos estadual e municipais", detalha Edine.

Em Pernambuco, Ângela Carla Belarmino se destaca pelo cuidado e estímulo ao filho e por otimizar a oportunidade oferecida. Foto: Arquivo pessoal

Para a associação, uma mãe se destaca pelo cuidado e estímulo ao filho e por otimizar a oportunidade oferecida. Ângela Carla Belarmino, de 27 anos, moradora da cidade de Carpina, na RMR, segundo grau completo, não tinha filhos e trabalhava em uma farmácia, quando deu à luz José Luiz. Ela não tem dúvidas que, por um erro médico, o filho perdeu oxigênio na hora do parto, realizado em Surubim. Dois diagnósticos mudaram a sua vida: José, hoje com cinco anos, tem paralisia cerebral e Síndrome de West, forma de epilepsia caracterizada por espasmos, hipsarritmia e retardo mental e que pode ser causada por anoxia neonatal, que é a ausência de oxigênio nas células do recém-nascido.

"Fazemos terapia ocupacional toda semana no HR, onde fomos atendidos pela AAP. Começamos a receber uma cesta básica mensal. Forneceram suplemento alimentar do meu filho e me orientaram a ter acesso aos medicamentos, fraldas, leite especial e benefícios da prefeitura. O projeto abraça de verdade não só as crianças, mas a família também. Eles visitaram minha casa, viram a situação. Pagaram 0cursos de venda e atendimento de venda que eu escolhi para ajudar no orçamento. Me deram uma máquina de costura e comecei a fazer jogos de cozinha, cama, mesa e banho para vender. Também tive uma ajuda de custo para comprar a matéria-prima. Comecei a vender aos poucos e hoje já tenho uma clientela, bastante material e estou começando a ter uma rendinha", comemora Ângela, atendida há mais de dois anos pelo projeto. Hoje mãe de dois filhos, ela é fonte segura de sustento da família. O marido, que trabalha carregando caminhões, está desempregado.

Ângela ganhou cursos, uma máquina de costura, matéria prima e hoje faz jogos de cozinha, cama, mesa e banho para vender. Foto: Arquivo pessoal

Em Pernambuco, o Saúde Criança atende no 4º andar do HR. No estado, atuam 10 diretores executivos, um funcionário e cerca de 25 voluntários, entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais. Muitas doações também vêm de funcionários do hospital, que contribuem mensalmente, mas qualquer pessoa pode doar, por meio de depósitos em dinheiro em conta bancária e pela campanha de apadrinhamento.

A Associação Saúde Criança (ASC) é uma organização social que trabalha com uma metodologia pioneira na promoção do bem-estar de famílias em vulnerabilidade social. Fundada em 1991 pela Dra. Vera Cordeiro, é uma organização sem fins lucrativos e sem filiação política ou religiosa.
A metodologia se baseia no Plano de Ação Familiar (PAF), conjunto de ações com metas e prazos de execução. O PAF é elaborado, em parceira com a família, por uma equipe formada por assistentes sociais, nutricionistas, psicólogos, psiquiatras e advogados, entre outros.

Como resultado do trabalho da organização, foi constatado um aumento de 38% na renda familiar. O número de reinternações das crianças após a participação da criança e de sua família no programa foi reduzido em 60% , além de ter havido uma significativa melhora na saúde das crianças atendidas.

Em 2010, a Instituição tornou-se franquia social. Atualmente são 10 unidades franqueadas no Brasil e uma representação em Nova York (EUA), Brazil Child Health, que possui o registro 501(c) (3), status de isenção de taxas que aumenta o poder de arrecadação da instituição por doadores internacionais. A associação é auditada anualmente. Os resultados do trabalho ASC foram comprovados por professores do departamento de Política Pública, da Georgetown University (Washington, EUA). Após três anos de pesquisa, o estudo realizado mostrou que as famílias atendidas, mesmo após a saída da ASC, continuam a melhorar as suas condições de vida de forma clara e sustentável.

Por sua transparência, impacto social e poder de multiplicação, vem sendo reconhecido mundialmente. O primeiro prêmio internacional veio da Fundação IvyInter-American, em 2000. Em janeiro de 2003 conquistou o Global Development Network Award e o primeiro lugar como Projeto Social mais Inovador do Mundo.

Em 2005, a Dra. Vera Cordeiro foi eleita pela revista Forbes a mulher mais influente do Brasil na área de Saúde. No ano seguinte a ASC recebeu o prêmio UBS Visionaris e o prêmio Skoll Foundation. Em 2011, recebeu o prêmio Mais Saúde: Melhorando a vida de Pessoas, Famílias e Comunidades, da Ashoka. No mesmo período, Dra. Vera Cordeiro foi selecionada como uma das 50 estrelas seriamente comprometidas com uma inovação a longo prazo. Por dois anos consecutivos, 2012 e 2013, o Saúde Criança foi eleita a melhor ONG da América Latina e 45ª do mundo, pela revista suíça The Global Journal.

Para doar em Pernambuco:
Bradesco

AG: 1164-9
C/C:28072-0
Santander

AG:4016
C/C:130001893
Razão social: Associação dos Amigos da Pediatria do Hospital da Restauração AAP-HR - CNPJ:02.283.185/0001-14